As suspeitas de cartel em leilão de arroz importado levaram os
integrantes da Comissão de Agricultura, PecuĂĄria, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados a pedir uma investigação ao
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão ligado ao Ministério
da Justiça.
O requerimento de autoria do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) foi
aprovado por unanimidade pela Comissão e outros cinco parlamentares disseram
que existem "indícios robustos da prĂĄtica de cartel pelos licitantes".
– O valor de abertura era de R$ 5 por quilo, e quase todos os lotes
foram vendidos a R$ 5. São altos os indícios de que houve acerto entre os
participantes, e, pior, participantes sem tradição nesse tipo de negócio – disse
van Hattem.
O leilão de arroz, jĂĄ anulado pelo governo federal, foi também assunto
da audiĂȘncia que a Comissão fez, nesta quarta-feira (19), com o ministro da
Agricultura, Carlos FĂĄvaro, que ouviu inúmeras críticas dos deputados federais.
O ministro de Lula tentou explicar as razões para que o leilão
acontecesse. Segundo ele, a razão para o certame não é "afrontar os produtores"
do Rio Grande do Sul, mas criar "um estoque necessĂĄrio para situações de
dificuldade, para vender em momentos de especulação".
FĂĄvaro disse ainda que o governo pretende agora importar até 1 milhão de
toneladas, sendo que o leilão cancelado importava 263,3 mil toneladas. Um novo
certame deve ser anunciado em breve.
Os parlamentares enfrentaram o ministro e pediram para que ele suspenda
esses leilões para não desestruturar os produtores gaúchos que são responsĂĄveis
pela produção do arroz que atende a 70% do consumo nacional.
O deputado Marcos Pollon (PL-MS) disse ao ministro que a importação de
"1 milhão de toneladas deverĂĄ desestimular o produtor do Rio Grande do Sul no
momento em que estĂĄ mais fragilizado".
JĂĄ o deputado Afonso Hamm (PP-RS) pediu que o governo "suspenda esses
leilões e retome o trabalho de recuperação do agro", um setor muito importante
para a economia do estado que foi atingido por grandes enchentes.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/