Parlamentares estaduais e federais manifestaram desconfiança sobre a transparĂȘncia do leilão de compra de 300 mil toneladas de arroz realizado pelo governo de Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT). A desconfiança é unânime entre produtores rurais e analistas, que consideram a importação de arroz desnecessĂĄria, uma vez que não hĂĄ escassez do produto no mercado. Os rizicultores do Rio Grande do Sul, por exemplo, jĂĄ colheram a maior parte da safra antes das chuvas.
Após o leilão, realizado na manhã de quinta-feira (6), o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) levantou suspeitas de conluio entre as empresas participantes, questionando a possibilidade de um cartel. "O preço oferecido pelas empresas foi basicamente o preço do edital. Vencia o leilão quem oferecesse o maior desconto sobre o preço mĂĄximo de R$ 5 por quilo. Em todos os casos, o preço variou de R$ 4,98 a R$ 5", afirmou van Hattem.
O deputado estadual gaúcho Marcus Vinícius (PP) também questionou a capacidade financeira das empresas vencedoras, que são microempresas com capital social até dez vezes menor do que o montante vendido ao governo.
O deputado Marcus Vinícius anunciou que levarĂĄ o caso ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF). "HĂĄ indícios fortes de irregularidades no leilão do arroz", declarou. Ele pediu aos colegas parlamentares que se unam para uma representação conjunta ao TCU e MPF, enfatizando que a comissão sobre a intermediação da compra poderia representar um valor milionĂĄrio para as empresas envolvidas.
"O primeiro leilão poderĂĄ chegar a até 1 milhão de toneladas", afirmou Marcus Vinícius. Ele também apelou ao governo para cancelar o leilão, classificando a ideia como "maluca e absurda", potencialmente prejudicial ao Rio Grande do Sul e ao Brasil.
Fonte: Hora Brasilia