Uma avaliação preliminar elaborada pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que, ao todo,
serão geradas 46.746.300 milhões de toneladas de resíduos em decorrência
das enchentes que assolam o estado.
O maior impacto é registrado na
sub-bacia de Gravataí, com 17.580.000 milhões de toneladas de restos. Até as 9h
dessa terça-feira (28), o governo gaúcho contabiliza 169 mortes causadas
pelas chuvas.
O levantamento da universidade detalha
a distribuição dos resíduos das enchentes no estado gaúcho para além de
Gravataí, sendo:
Sinos (12,6 milhões de toneladas),
Guaíba (6,4 milhões de toneladas),
Taquari (5,1 milhões de toneladas),
Caí (2,2 milhões de toneladas),
Pardo (1,7 milhões de toneladas),
Jacuí (852 mil toneladas); e
Outros (24 mil toneladas).
A disposição se dá por sub-bacia —
segundo a UFRGS, o termo é usado para definir áreas de drenagem dos afluentes
do curso da água principal e possuem áreas maiores que 100 km² e menores que
700 km².
De acordo com a avaliação de danos da
universidade gaúcha, um total de 400 mil estruturas foram parcial ou totalmente
inundadas no estado até 6 de maio. "Destas, 44.600 (11%) foram gravemente
danificadas ou destruídas, enquanto 170.200 (42%) deverão sofrer graves danos
estruturais devido à longa submersão nas águas das cheias. Isso corresponde a
aproximadamente 6% do total de estruturas na bacia do Guaíba", diz o documento.
Dois picos da geração de entulhos
Os pesquisadores explicam, então, que
são esperados dois picos da geração de entulhos. O primeiro é derivado de
mobiliário e equipamentos industriais, somado àquele proveniente de edifícios
destruídos.
O segundo, por sua vez, é esperado
quando os prédios submersos forem avaliados estruturalmente. A Confederação
Nacional dos Municípios estimou, no último dia 12, que os efeitos das
inundações causaram, até o momento, prejuízos superiores a R$ 10 bilhões
em 446 cidades gaúchas.
A análise da quantidade de resíduos foi
feita por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS em
parceria com a empresa Mox Debris. Essa quantificação é derivada de uma
avaliação abrangente de enchentes usando imagens de 6 de maio de 2024, em
conjunto com atualizações fornecidas pelo Google.
Já a área ocupada por prédios foi
estabelecida com alturas e demais indicadores empresariais. A vulnerabilidade
das estruturas, por fim, é derivada da renda média fornecida pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cada combinação desses fatores, segundo
o estudo, proporcionou uma taxa de geração de resíduos, variando de 0,07 a 1,2
toneladas métricas por metro quadrado. Os autores dizem, ainda, que é uma
análise preliminar, portanto, ainda não há validade no terreno e é apropriada
para o planejamento das respostas do governo em relação aos prejuízos causados
pelas chuvas. Uma das indicações seria a destinação à reciclagem, na medida do
possível, de forma a amenizar a situação da crise ambiental.
Fonte: Portal Correio