O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) removeu o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, e transferiu o
diplomata para Genebra (Suíça), onde vai ocupar cargo de representante do
Brasil na Conferência do Desarmamento. A decisão foi publicada nesta
quarta-feira (29), no Diário Oficial da União (DOU).
Quem assume a embaixada brasileira em
Tel Aviv é o ministro-conselheiro Fábio Moreira Farias, que estava logo abaixo
de Meyer na hierarquia.
Meyer havia retornado a Israel na
última sexta (24), após três meses fora. Em fevereiro, fora convocado de volta
ao Brasil no contexto de crise diplomática com Israel.
À época, Lula criticou diretamente o
governo de Israel, em guerra contra o grupo extremista Hamas desde outubro de 2023,
e comparou as ações do país na Faixa de Gaza às dos nazistas na Segunda Guerra
Mundial.
"O que está acontecendo na Faixa de
Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico.
Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus", afirmou o chefe do
Executivo brasileiro, durante viagem à Etiópia.
Israel reagiu e classificou Lula como
"persona non grata", exigindo desculpas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu
comentou que Lula tinha cruzado uma "linha vermelha" ao comparar o governo de
Israel a Hitler.
Logo depois, o ministro das Relações
Exteriores de Israel, Israel Katz, chamou Meyer para uma visita ao Museu do
Holocausto, no que foi visto pelo governo brasileiro como constrangimento ao
diplomata.
Lula convocou Meyer de volta ao Brasil
sob justificativa de "serviços para consultas". A medida de chamar um
embaixador de volta é considerada excepcional e costuma ser tomada como forma
sinalizar posicionamento em atritos internacionais.
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