A nomeação de
Magda Chambriard como presidente da Petrobras atende a uma demanda essencial do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva: garantir "comando e controle" sobre a
maior empresa do país. Auxiliares de Lula afirmam que esta escolha é uma
ligação direta entre o Planalto e a estatal, segundo publicação do jornal
Estadão.
Considerada uma
"petista histórica", Magda gerou controvérsia no passado ao defender a
exigência de conteúdo local na indústria do petróleo, quando chefiou a Agência
Nacional do Petróleo (ANP) durante o governo Dilma Rousseff.
Três fontes
próximas às discussões revelaram que a indicação de Magda foi apoiada por Rui
Costa, chefe da Casa Civil; José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras;
e Jacques Wagner, líder do governo no Senado. Outro defensor de seu nome foi o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que ainda tem influência no governo e
conta com a confiança de Lula.
Apesar do respaldo
interno, a expectativa é que Magda Chambriard mantenha uma comunicação direta
com Lula, similar à relação de confiança que Dilma Rousseff tinha com a então presidente
da Petrobras, Maria das Graças Foster. Esse "comando e controle" direto com o
Planalto não deverá passar pelos ministérios de Minas e Energia ou pela Casa
Civil.
A mudança ocorre
após um racha exposto pelo episódio do pagamento dos dividendos extraordinários
da Petrobras, que evidenciou uma quebra de confiança entre o ex-presidente da
estatal Jean Paul Prates e o governo. Em uma reunião em Brasília, decidiu-se
pela retenção dos dividendos, mas Prates se absteve na votação e publicamente
defendeu a distribuição de 50% do valor, o que foi visto como uma "deslealdade"
por parte dos auxiliares de Lula.
Pouco antes da
tragédia no Rio Grande do Sul, Lula já havia informado aos aliados no PT que
não deveriam defender Prates, que, para eles, se tornou um "zumbi" político.
Prates, filiado ao PT apenas desde 2013, era visto como incapaz de impulsionar
a agenda de desenvolvimento nacional desejada pelo governo.
A demissão de
Prates foi justificada pela baixa entrega de resultados e pela falta de atenção
a pedidos para ampliar a oferta de gás natural e retomar investimentos em
fertilizantes, conforme desejado por Silveira, Costa e o vice-presidente
Geraldo Alckmin. Apesar de buscar apoio no Senado e entre deputados federais do
PT, Prates não conseguiu garantir sua permanência.
Magda Chambriard,
cujo nome circulou entre os potenciais candidatos à presidência da Petrobras
desde a transição de governo, foi escolhida por sua lealdade às bandeiras do
partido e sua experiência na estatal, o que diminui a percepção de uma
intervenção externa. Outras opções, como Aloizio Mercadante, foram descartadas
devido a discordâncias internas, e José Sergio Gabrielli foi impedido de
assumir cargos públicos por uma decisão do TCU.
Magda ainda não
assumiu o cargo, mas já enfrenta a pressão para "recuperar o tempo perdido" e
alinhar a empresa aos objetivos do governo Lula.
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