Enchentes no Rio Grande do Sul são consequência do aumento de CO2 na atmosfera,
afirma Ministra do Meio Ambiente
A titular da pasta de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva,
declarou que a catástrofe gerada pelas inundações no Rio Grande do Sul é uma
"consequência da grande quantidade de dióxido de carbono (CO2) que está sendo
lançada na atmosfera", a qual impactou a temperatura terrestre. Sua declaração
ocorreu durante uma entrevista à rádio CBN, ocasião na qual ela foi interrogada
sobre sua "missão" após a tragédia.
"Minha missão [
] é a de continuar trabalhando para mitigar tudo isso
que está acontecendo, porque é uma consequência da grande quantidade de CO2 que
está sendo lançada na atmosfera, que levou à mudança da temperatura da terra e
esses fenômenos desorganizaram o sistema climático terrestre", disse a ministra.
A ministra do governo Lula também disse que ao longo da sua vida tem
trabalhado com questões climáticas, mas que não foi ouvida. "Esse é um trabalho
que eu venho fazendo ao longo da vida, mas que infelizmente a humanidade não
foi capaz de ouvir os alertas que vêm sendo dados há mais de 40 anos. Desde a
Rio 92 que a ciência e os ambientalistas vêm dizendo que era possível parar
imediatamente com a grande quantidade de CO2, senão nós iríamos ter essa
situação que nós estamos vivendo hoje", argumentou Marina Silva.
Ministra faz críticas ao governo Bolsonaro e estabelece conexão com o
Rio Grande do Sul
Marina Silva, em uma entrevista à CNN na sexta-feira (3), afirmou que o Brasil
passou por um "apagão" de políticas climáticas durante o mandato do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), antes mesmo de fazer essa declaração.
Durante o evento, ela atribuiu, em sua maioria, ao governo anterior as
consequências da tragédia climática no Rio Grande do Sul. De acordo com Marina,
apenas em 2023 as ações de prevenção a desastres climáticos foram reiniciadas.
Reconstrução das cidades
Depois de prestar assistência humanitária, Marina sugeriu que a próxima etapa
será focada na reconstrução das cidades afetadas pelas inundações, porém essa
fase estará sujeita a avaliações rigorosas para prevenir futuros desastres.
"Obviamente, que passando por processos de avaliação, que nos leve a
verificar se aquela ponte poderá ser reconstruída naquele mesmo lugar, porque,
senão, ano que vem ela vai cair de novo. Se aquelas casas podem ser
reconstruídas no mesmo bairro, na mesma rua, sob pena de ano que vem isso
acontecer de novo", disse a ministra durante as entrevistas.
As informações são da Gazeta do Povo.