O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Gilad
Erdan, criticou a decisão dos Estados Unidos de suspender o envio de armas ao
país, classificando-a como "dura e decepcionante". Em declaração à rádio
pública israelense, o diplomata afirmou que a medida é perigosa, uma vez que
pode fornecer esperanças aos inimigos.
"Esta é uma declaração muito dura e decepcionante", disse Erdan. "É
evidente que qualquer pressão sobre Israel, qualquer restrição que lhe seja
imposta, mesmo por parte de aliados próximos preocupados com os nossos
interesses, é interpretada pelos nossos inimigos, dando-lhes esperança",
acrescentou o político.
Os Estados Unidos confirmaram, na quarta-feira (8), que suspenderam um
carregamento de armas e bombas para o governo israelense na última semana. A
decisão ocorreu em meio à suspeita de que Israel estaria planejando um ataque
em grande escala na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza – atualmente
abrigo de 1,5 milhão de palestinos.
"Continuaremos fazendo o que for necessário para garantir que Israel
tenha os meios para se defender. Mas, dito isto, estamos revendo alguns envios
de assistência de segurança a curto prazo, no contexto dos acontecimentos que
se desenrolam em Rafah. Fizemos uma pausa nos envios para avaliar", disse Lloyd
Austin, chefe do Pentágono.
Apesar de apoiar Israel na guerra contra o Hamas, Washington vem
pressionando publicamente o governo a limitar a ofensiva em Rafah e a tomar
medidas para evitar vítimas civis. Isso porque a cidade, que faz fronteira com
o Egito, é o último abrigo dos civis, uma vez que a maioria foi forçada a
deixar outras partes de Gaza devido à guerra.
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