O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) voltou a invadir a sede da
superintendência do Incra nesta segunda-feira, 29, em protesto contra a
nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento, o novo indicado do presidente da
Câmara, Arthur Lira, para o posto.
A invasão é mais um episódio do chamado "Abril Vermelho", mês em que o
grupo intensifica suas marchas e invasões para pressionar o governo por reforma
agrária.
Na rede social X, antigo Twitter, o MST afirmou que 400 integrantes do
movimento "denunciam continuidade do bolsonarismo" com a posse do novo
superintendente.
"A ação repudia a nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento para
superintendência do órgão, substituindo o superintendente exonerado nas últimas
semanas, César Lira, ambos indicados pelo presidente da Câmara Federal, Arthur
Lira (PP)", disse o movimento.
"Para os movimentos a nomeação
representa a continuidade da gestão com traços do bolsonarismo, herdado pela
condução de César Lira desde o governo Temer", acrescentou.
Desde o início do mês, o MST invadiu pelo menos 32 lotes de terra em 15
estados: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do
Norte, São Paulo e Sergipe.
O novo indicado de Lira para o Incra de Alagoas
Após o impasse criado pela demissão de Wilson César de Lira Santos,
primo de Arthur Lira, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
nomeou Junior Rodrigues do Nascimento para a superintendência do Incra em
Alagoas, seguindo a nova indicação do presidente da Câmara dos Deputados.
A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União de quinta-feira, 25.
Impasse superado?
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), afirmou na sexta,
19, que o impasse criado pela demissão de Wilson César de Lira Santos, primo de
Arthur Lira, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de
Alagoas, estava "superado".
"Está superado porque o próprio presidente Lira já enviou uma proposta
de nome para substituí-lo. Foi dialogado", disse o petista.
A demissão do primo de Lira
O governo Lula exonerou na terça-feira, 16, Wilson César de Lira Santos,
primo do presidente da Câmara, Arthur Lira, do Incra de Alagoas, em meio ao
embate do deputado com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre
Padilha.
Além do embate do presidente da Câmara com o Palácio do Planalto, a
demissão ocorreu após o avanço das invasões de terras pelo MST durante o Abril
Vermelho. Os sem-terra pleiteiam trocas em chefias do órgão, responsável por
gerir os processos de regularização de assentamentos.
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