Os ministros do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
fizeram 226 viagens para fora do país em um ano e quatro meses de gestão. Os
destinos mais frequentes foram Buenos Aires, na Argentina, e Nova York, nos
Estados Unidos.
Os dados foram apurados pela Fiquem Sabendo, agência especializada no
acesso a informações públicas, e analisados pelo Metrópoles. São contempladas
viagens feitas entre 1º de janeiro de 2023 e 12 de abril de 2024.
Segundo o levantamento, os membros do primeiro escalão do governo
viajaram ao menos 13 vezes a Buenos Aires e a Nova York. O terceiro destino
mais visitado foi Lisboa, capital portuguesa, com nove viagens. Em seguida,
aparecem Washington, nos EUA (7), e Paris, na França (6).
O ranking considera apenas as viagens com destinos únicos. Agendas
cumpridas em mais de uma cidade foram contabilizadas juntas.
Se analisadas as 15 cidades que mais receberam ministros, oito delas
ficam no continente europeu, na contramão do esforço de Lula em se aproximar de
países vizinhos e nações africanas.
O ministro que mais viajou para fora do país foi o titular do Ministério
das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que soma 34 viagens. Em seguida, vêm os
ministros da Saúde, Nísia Trindade, e da Fazenda, Fernando Haddad, com 11
visitas cada.
Alguns ministros, no entanto, possuem poucas viagens internacionais
registradas. Waldez Góes, ministro do Desenvolvimento Regional, teve apenas
duas durante esse período. Rui Costa, da Casa Civil, e Carlos Lupi, da
Previdência Social, estão com uma ida para fora do Brasil marcada na agenda.
Ao todo, foram gastos cerca de R$ 4,5 milhões em diárias. O montante é
destinado ao custeio de despesas de servidores durante as viagens a trabalho,
tais como hospedagem, alimentação e transporte.
Confira a resposta do Palácio do
Planalto:
O Governo Federal tem atuado, desde o início desta gestão, para
recuperar a imagem do Brasil no exterior e ampliar relações comerciais e
parcerias estratégicas, além de buscar investimentos. Portanto, essas viagens
não podem ser analisadas sem considerar e contemplar os mais diversos
resultados obtidos.
Dessa forma, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República
espera que o jornal mencione todos os resultados na matéria, para não dar a
falsa impressão ao povo brasileiro que o país se isolar do mundo seria uma
estratégia melhor de desenvolvimento de geração de empregos e renda.
Após hiato de quatro anos como pária internacional, o Brasil voltou a
ser convidado para os principais eventos globais e a ser recebido pelas
principais lideranças do mundo. Além disso, em reconhecimento à importância do
país e de suas atuais lideranças, líderes globais também voltaram a visitar o
país. O Brasil assumiu a presidência do G20 e receberá ainda este ano líderes e
representantes das 20 economias mais robustas do globo, durante o evento.
Nessas missões internacionais, são celebrados diversos acordos comercias
que resultam em investimentos diretos no país. O Brasil já contabiliza a
abertura de 109 novos mercados em 50 países, resultado do trabalho conjunto dos
ministérios da Agricultura e Pecuária e das Relações Exteriores. Importante,
ainda, destacar que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as doações ao
Fundo Amazônia, retomadas após paralisia de quatro anos no governo anterior,
atingiram recorde de US$ 726 milhões. Outros R$ 3,1 bilhões devem ser doados ao
longo de 2024 por EUA, Noruega, Reino Unido, União Europeia e Dinamarca.
Outro resultado da recuperação da imagem do país no exterior está a
entrada de turistas internacionais, que registrou o melhor mês de março da
série histórica, iniciada em 1989. Os visitantes estrangeiros deixaram no
Brasil, no mês de fevereiro de 2024, US$ 673 milhões, o equivalente a R$ 3,4
bilhões na cotação do dia. O valor é o mais alto da série histórica para o
período até agora.
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