O governo federal tem até sexta-feira, 26, conforme o prazo dado pelo ministro
André Mendonça, do STF, para chegar a um acordo com as empreiteiras que tentam
renegociar as multas estabelecidas nos acordos de leniência firmados no âmbito
da Lava Jato. A Advocacia-Geral da União (AGU), a Controladoria-Geral da União
(CGU) e a empresas, no entanto, não devem chegar a um consenso.
Segundo a Folha de S.Paulo, enquanto os
órgãos do governo oferecem 30% do prejuízo fiscal para abater multas, as
empreiteiras quem 50%.
Em fevereiro, André Mendonça deu 60
dias para as partes envolvidas renegociarem as multas. O prazo, que termina na
sexta, não deve ser prorrogado.
Se não houver acordo, caberá ao
magistrado tomar uma decisão.
Discutem as multas com a União: Metha
(antiga OAS), Novonor (antiga Odebrecht), UTC, Engevix, Andrade Gutierrez,
Camargo Correa e Coesa.
Ao todo, elas devem 11,8 bilhões de
reais ao governo, em valores corrigidos.
A renegociação
das multas
A questão é objeto da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1051, apresentada ao Supremo em
março de 2023 pelo PSOL pelo PCdoB e pelo Solidariedade, representadas pelo
escritório de advocacia de Walfrido Warde. As três siglas fazem parte da base
de apoio do presidente Lula.
As legendas afirmam que os pactos foram
celebrados antes do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), que sistematiza regras
para o procedimento, e que, portanto, haveria ilicitudes na realização dos
acordos.
A decisão de Mendonça ocorreu após
audiência de conciliação entre a PGR, partidos e o Tribunal de Contas da União.
O ministro André Mendonça ressaltou
durante a audiência a importância dos acordos de leniência como instrumento de
combate à corrupção, frisando que a conciliação proposta não servirá para que
seja feito um "revisionismo histórico".
Segundo ele, o objetivo da decisão é
assegurar que as empresas negociem com os entes públicos com base nos
princípios da boa-fé, da mútua colaboração, da confidencialidade, da
razoabilidade e da proporcionalidade.
Fonte: O Antagonista