Governo Lula classifica como sigiloso por cinco anos lista de hóspedes em hotel
de Londres com custo de R$1,47 milhão
A administração de Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) optou por tornar sigilosa a
relação de indivíduos que se alojaram em 57 acomodações do JW Marriott
Grosvenor House, em Londres, nos próximos cinco anos. O valor total da
hospedagem, pago pelo governo brasileiro, atingiu R$ 1,47 milhão, incluindo
ainda o custo de R$ 140 mil pelo uso de duas salas para reuniões no
estabelecimento, conforme noticiado pelo jornal O Estado de São Paulo, nesta
sexta-feira (19).
A viagem oficial aconteceu em maio,
quando o então presidente esteve na Inglaterra para participar da coroação do
rei Charles III, após o falecimento de sua mãe, Elizabeth II. Apesar de ter
sido contatado pelo jornal paulista, o governo brasileiro, por meio da
Secretaria de Comunicação da PresidĂȘncia, ainda não emitiu comentĂĄrios sobre o
assunto.
Além da comitiva oficial, os membros do
Escalão Avançado (Escav), responsĂĄveis pela preparação da viagem, também se hospedaram
no hotel durante o período de 26 de abril a 9 de maio. Lula chegou à cidade em
5 de maio, e o evento na Abadia de Westminster ocorreu no dia seguinte.
O quarto onde Lula e Janja ficaram
hospedados teve um custo diĂĄrio de R$ 43.986,60. Ao todo, 80 pessoas
participaram da viagem, entre membros da comitiva técnica e de apoio. A Casa
Civil, em resposta a um pedido da Lei de Acesso à Informação, justificou a não
divulgação da lista das pessoas hospedadas no hotel, citando o Decreto nÂș
7.724, de 16 de maio de 2012, que classifica tais informações como sigilosas.
Embora tenha negado o acesso à lista, a
Casa Civil registrou a resposta como "acesso concedido", o que cria uma
contradição. Apesar de ser regra que todos os documentos do governo sejam de
acesso público, a Lei de Acesso à Informação prevĂȘ exceções, permitindo que
informações sejam mantidas em sigilo por determinados períodos de tempo, de
acordo com sua classificação de sigilo.
É sabido que o Gabinete de Segurança
Institucional (GSI) se recusa a disponibilizar a relação de indivíduos que
acompanham o Presidente da República em compromissos oficiais, argumentando que
a exposição indiscriminada desses nomes poderia comprometer a segurança do
presidente. Essa posição foi reafirmada em resposta a uma solicitação da Lei de
Acesso de abril de 2023, relativa à delegação de Lula à Argentina e ao Uruguai
em janeiro do mesmo ano.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/