Lideranças do Senado avisaram ao governo Lula que, apesar do desejo de Fernando
Haddad em avançar com novas tributações sobre os chamados "super-ricos", o tema
não é prioridade da Casa agora.
Em conversas reservadas, senadores dizem que qualquer discussão sobre o
assunto só deve avançar no Senado após a regulamentação da reforma tributĂĄria,
cujos projetos sequer foram enviados pelo governo até agora.
O argumento de líderes do Senado é o de que é preciso avaliar o impacto
das novas regras tributĂĄrias nos diversos setores da economia antes de focar em
debates que tratem da criação de novos impostos.
É com base nessa avaliação que o Senado vem resistindo a apreciar os
vetos de Lula ao projeto de tributação dos fundos de investimento offshore e
exclusivos, decididos pelo presidente da República no final de 2023.
Regulamentação da tributĂĄria
A promessa de Haddad era enviar os projetos para regulamentar a reforma
triburĂĄria até esta semana. Entretanto, o ministro viajou aos Estados Unidos
para eventos do G20 e do FMI (Fundo MonetĂĄrio Internacional).
Foi, inclusive, durante evento em Washington na quarta-feira (17/4) que
Haddad voltou a falar em taxação sobre os super-ricos. O ministro defendeu uma
cooperação internacional do G20 para discutir o tema.
"Nós podemos, em julho e depois em novembro, soltar um comunicado
político com o sentimento dos 20 países membros dizendo que sim, essa proposta
pode ser analisada, tem procedĂȘncia e vale apena nos próximos anos nos
debruçarmos sobre ela", disse o ministro da Fazenda brasileiro.
Diante da pressão do Congresso Nacional, o chefe da equipe econômica
brasileira antecipou o retorno dos Estados Unidos ao Brasil em um dia, para a
quinta-feira (18/4).
Segundo sua assessoria, Haddad decidiu antecipar seu retorno em razão da
"agenda econômica em Brasilia e (de) negociações com o Congresso envolvendo os
projetos de interesse do governo".
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/