O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou
cinco queixas-crime movidas contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG)
por conta do discurso feito no Dia Internacional da Mulher do ano passado,
quando ele vestiu uma peruca e se apresentou como "Nicole".
Para os críticos, o discurso do parlamentar foi transfóbico por dizer
que "as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres".
Mendonça foi sorteado como relator das ações e, em sua visão, não cabe
ao Judiciário apurar a conduta do deputado, mas sim a Câmara dos Deputados que
poderá julgar se houve ou não quebra de decoro parlamentar.
O ministro também defendeu a imunidade parlamentar e que a conduta de
Nikolas está amparada por este direito.
– A atividade parlamentar engloba o debate, a discussão, o esforço de
demonstrar, por vezes de forma contundente e mediante diferentes instrumentos
retóricos, as supostas incongruências, falhas e erros de adversários e de
discursos político-ideológicos contrários – diz parte da decisão de Mendonça.
O entendimento do ministro do STF é semelhante ao parecer da
Procuradoria-Geral da República (PGR) que em 2023, através da então vice-PGR,
Lindôra Araújo, declarou que Nikolas Ferreira não pode ser responsabilizado
penalmente por sua atuação no Congresso Nacional.
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