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Hepatites virais matam 3,5 mil por dia no mundo, alerta OMS

Por Eliashacker.com.br 09/04/2024 às 14:14:18

As mortes por hepatites virais estão aumentando em todo o mundo e a doença jĂĄ responde como a segunda principal causa infecciosa de morte no planeta, contabilizando 3,5 mil óbitos por dia e 1,3 milhão por ano – mesmo total de mortes causadas pela tuberculose, que ocupa o primeiro lugar no ranking. O alerta foi feito nesta terça-feira (9) pela Organização Mundial da SaĂșde (OMS).

Estudo divulgado pela entidade destaca que, apesar de melhores ferramentas para diagnóstico e tratamento disponĂ­veis, além da queda no preço desses produtos, a testagem e a quantidade de pacientes em tratamento estagnaram. "Mesmo assim, atingir a meta de eliminação das hepatites virais até 2030, proposta pela OMS, ainda é algo possĂ­vel, desde que medidas rĂĄpidas sejam tomadas agora".

O diretor-geral da Organização Mundial da SaĂșde (OMS), Tedros Adhanom. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ AgĂȘncia Brasil

Os dados mostram que as mortes por hepatites virais registradas em 187 paĂ­ses passaram de 1,1 milhão em 2019 para 1,3 milhão em 2022. Desse total, 83% foram causadas pela hepatite B e 17%, pela hepatite C. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os óbitos aumentaram porque pouquĂ­ssimas pessoas com a doença tĂȘm acesso ao diagnóstico e tratamento adequado.

Casos

A estimativa da entidade é que 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C em 2022 – mais da metade das infecções foram registradas entre adultos com idade de 30 a 54 anos e 12%, entre crianças e adolescentes menores de 18 anos. Homens respondem por 58% de todas as infecções.

Apesar de uma leve queda no nĂșmero de casos entre 2019 e 2022, a incidĂȘncia da doença no mundo, segundo a OMS, permanece alta. Em 2022, foram contabilizadas 2,2 milhões de novas infecções, contra 2,5 milhões em 2019. "Mais de 6 mil pessoas estão sendo infectadas por hepatites virais todos os dias", destacou o estudo.

Tratamento

Os nĂșmeros mostram que, em todas as regiões do mundo, até o fim de 2022, cerca de 13% das pessoas que viviam com infecção crônica por hepatite B haviam sido diagnosticadas, enquanto 3% recebiam terapia antirretroviral indicada para tratar a doença. No caso da hepatite B, 36% foram diagnosticadas e 20% recebiam tratamento contra a infecção.

"Ambos os resultados estão bem abaixo da meta global de tratar 80% das pessoas vivendo com hepatite B crônica e com hepatite C até 2030. Entretanto, eles indicam uma leve, mas consistente melhora no diagnóstico e na cobertura de tratamento da doença desde o Ășltimo balanço, em 2019", destacou a OMS.

Os diagnósticos de hepatite B aumentaram de 10% para 13% no perĂ­odo, enquanto o acesso ao tratamento passou de 2% para 3%. Entre as infecções por hepatite C, o diagnóstico aumentou de 21% para 36% e o acesso ao tratamento, de 13% para 20%.

Disparidades

O estudo ressalta que os dados variam drasticamente de região para região. O Continente Africano responde por 63% das novas infecções por hepatite B. Ainda assim, só 18% dos recém-nascidos na região foram imunizados contra a doença após o parto. JĂĄ a região do PacĂ­fico Ocidental responde por 47% das mortes por hepatite B, e apenas 23% das pessoas diagnosticadas tĂȘm acesso ao tratamento.

Bangladesh, China, Etiópia, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, RĂșssia e Vietnã, juntos, respondem por quase dois terços do fardo global das hepatites B e C. "Alcançar o acesso universal à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento nestes dez paĂ­ses até 2025, juntamente com esforços intensificados na região africana, é essencial para colocar a resposta global de volta no caminho certo e cumprir os Objetivos de Desenvolvimento SustentĂĄvel".

Recomendações

Dentre as recomendações publicadas pela OMS, com o objetivo de acelerar o combate às hepatites virais, estão ampliar o acesso à testagem e ao diagnóstico; ofertar tratamento equitativo; ampliar os esforços de prevenção na atenção primĂĄria; e mobilizar financiamentos inovadores.

"O financiamento para as hepatites virais, tanto em nĂ­vel global como no âmbito dos orçamentos de saĂșde de cada paĂ­s, não é suficiente para satisfazer as necessidades. Isso resulta de uma combinação de fatores, incluindo a consciĂȘncia limitada de intervenções e ferramentas que podem salvar vidas, bem como prioridades concorrentes nas agendas globais de saĂșde", concluiu a entidade.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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