O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, nesta terça (2), a extradição do
belga Laurent Barthelemy. Ele é acusado da prática dos crimes de organização
criminosa, fraude, fraude informática e lavagem de dinheiro.
Segundo o pedido formulado pelo seu país, Barthelemy foi líder de um
esquema fraudulento entre setembro de 2020 e janeiro de 2021, envolvendo
investimentos em moeda virtual. Como CEO da empresa Bit Robot, o belga
persuadia pessoas a aplicarem seus recursos com a promessa de altas taxas de
retorno financeiro.
A plataforma deixou de existir repentinamente, sob a alegação de
hackeamento, resultando na perda dos valores investidos. As investigações
apontam que se tratava de um esquema de pirâmide que prejudicou milhares de
pessoas em diversos países da Europa.
Argumentos
A defesa de Barthelemy argumenta que os crimes não teriam sido cometidos na
Bélgica, o que inviabilizaria uma extradição. Além disso, alega que, como o
crime de fraude com criptoativos só foi previsto por lei no Brasil em 2022,
eventual extradição não poderia abranger o delito.
A ministra Cármen Lúcia (relatora) afirmou que, embora o acusado não
estivesse na Bélgica na época em que teria cometido os crimes, a Justiça do
país demonstrou ter competência para julgar as ações. Acrescentou que os fatos
atribuídos a Barthelemy estão devidamente registrados nos autos e são
compatíveis com delitos existentes na legislação brasileira. Por fim, destacou
que, embora uma lei específica só tenha sido editada no Brasil em 2022, a
descrição é compatível com o crime de estelionato.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br