A negação do registro de Corina Yoris
como candidata na Venezuela, apoiada por Luiz Inácio Lula da Silva, acendeu uma
faísca diplomática. Diplomatas venezuelanos, após as críticas de Lula,
solicitam um encontro urgente, revela a revista Veja. O embaixador da Venezuela
no Brasil, Manuel Vadell, iniciou os preparativos para uma reunião que contará com
a participação do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, visando
esclarecer a posição do Brasil frente à controvérsia eleitoral venezuelana.
Lula destacou a importância da
candidatura de Yoris, apesar de minimizar a proibição de María Corina concorrer.
"O fato de uma candidata não poder disputar a eleição não era um agravante.
Aqui, no Brasil, eu fui proibido de disputar, quando era líder em todas as
pesquisas eleitorais. Indiquei o Haddad. Perdemos. Mas faz parte," explicou
Lula, ressaltando a necessidade de aceitar os revezes políticos.
Corina Yoris, escolhida por María
Corina Machado, enfrentou "obstáculos técnicos" impostos pela Justiça Eleitoral
venezuelana, o que ela atribui à influência da ditadura de Maduro. Em resposta
às preocupações expressas pelo governo brasileiro, o Ministério das Relações
Exteriores do Brasil emitiu uma nota, na terça-feira 26, alertando sobre as
irregularidades do processo eleitoral venezuelano, especialmente o impedimento
de Yoris, contrariando os acordos de Barbados.
Maduro e sua administração rebateram,
classificando as observações do Itamaraty como "cinzentas e intervencionistas",
acusando o Brasil de ecoar a postura dos Estados Unidos. A disputa verbal,
desencadeada pelo posicionamento do Brasil, destaca as crescentes tensões
diplomáticas entre os dois países e coloca em evidência os desafios enfrentados
pela democracia na Venezuela.
HORA BRASILIA