A deputada Luciene Cavalcante, do PSol de São Paulo, pediu nesta
quinta-feira (28/3) que o Ministério Público Militar cobre o afastamento o
general da reserva Walter Braga Netto do Exército enquanto o militar é
investigado por nomear o delegado Rivaldo Barbosa como chefe da Polícia Civil
do Rio de Janeiro um dia antes do assassinato de Marielle Franco. Barbosa é o
"autor intelectual" da morte da vereadora, segundo a PF, e foi preso no domingo
(24/3).
Barbosa foi nomeado por Braga Netto. Em 2018, ainda no governo Temer,
Braga Netto era o interventor federal na segurança pública fluminense. Após a
operação da PF que prendeu o ex-chefe da Polícia Civil subordinado a Braga
Netto, o general alegou que assinou a nomeação apenas por "questões
burocrĂĄticas".
Em manifestação citada na decisão do ministro Alexandre de Moraes, a PF
afirmou que Rivaldo Barbosa planejou "meticulosamente" a execução de Marielle e
teve "total ingerĂȘncia" para sabotar as investigações da polícia que comandava.
"É de extrema importância e gravidade o contexto que levou à nomeação de
Rivaldo Barbosa, uma vez que se deu não só de forma discricionĂĄria e sem
fundamentação, como também em desacordo com a InteligĂȘncia da Polícia Civil do
Rio de Janeiro, o que pode representar uma violação à lei e à ordem pública",
afirmou a deputada Luciene Cavalcante ao MPM.
Depois de ser interventor federal, Braga Netto foi ministro da Defesa e
da Casa Civil de Jair Bolsonaro. Em 2022, foi seu vice na campanha de reeleição
e participou de supostas articulações golpistas, também de acordo com a Polícia
Federal.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br