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Escolas usam rede social e produtos locais para alimentação saudável

Por Eliashacker.com.br 28/05/2023 às 08:02:17

Popularmente chamada de "pão da Amazônia", a mandioca é usada na região para fabricação de pé de moleque, salgados e bolos. É a substituta recorrente da farinha de trigo. A tapioca, iguaria popular no paĂ­s, é feita com a fécula de mandioca. Com o tucupi, caldo da raiz da mandioca, são feitos pratos tĂ­picos da cultura local, como o tacacĂĄ.

Na Escola Estadual Professor BenĂ­cio Leão, em Manaus, 431 alunos do 5Âș ano do ensino fundamental puderam conhecer alimentos derivados da mandioca, como a farinha amarela e de tapioca consumidas com açaĂ­, e que fazem parte da merenda escolar

"Eles puderam ver tudo isso e degustar também. Tinha aluno que dizia que a mãe fazia aquele bolo, mas ele não sabia que era com mandioca", explicou a nutricionista Dheysse de Lima, coordenadora da atividade.

O projeto estĂĄ entre as atividades com melhor desempenho da 4ÂȘ Jornada de Educação Alimentar e Nutricional do Programa Nacional de Alimentação Escolar, do Ministério da Educação (MEC). A jornada reĂșne iniciativas que contribuem para a promoção da segurança alimentar e nutricional dos estudantes e foram apresentadas nesta semana em BrasĂ­lia durante o 2Âș Congresso Internacional de Alimentação Escolar .

A mandioca, conhecida em algumas regiões do paĂ­s por aipim e macaxeira, é um tubérculo rico em amidos. É cultivada pelas populações indĂ­genas da Amazônia hĂĄ mais de 9 mil anos.

Na atividade "A cultura da mandioca: protagonismo estudantil em projetos interdisciplinares", organizada pela professora Zilda Andrade Ribeiro, a pedagoga Raimunda Nonata BrĂ­gida e gestora Luciele Oliveira da Silva, os estudantes da escola de Manaus aprenderam que a maior parte da mandioca consumida no paĂ­s vem da agricultura familiar. A diretriz da educação alimentar e nutricional preconiza a cultura alimentar da região, os frutos regionais e os agricultores familiares.

"Eles [estudantes] pegaram uma sala de aula e fizeram um ambiente de visitação. Traziam outras turmas e faziam a apresentação. Assim sucessivamente, até totalizar todas as turmas da escola", contou Dheysse de Lima.afirmou que, a partir dessa experiĂȘncia, os alunos passaram a dar preferĂȘncia aos produtos locais.

Redes sociais

No municĂ­pio gaĂșcho de Xangri-lĂĄ, a experiĂȘncia foi divulgar alimentos saudĂĄveis por meio de uma ferramenta que envolve os jovens: as redes sociais. Os alunos do 6Âș e o 7Âș ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nayde Emerim Pereira foram desafiados a fazer uma propaganda de alimentos saudĂĄveis, como banana, abacate, ovo, feijão e ate ĂĄgua, tão interessantes como as veiculadas na TV e na internet.

"Vamos usar a mĂ­dia para tentar chamar a atenção deles com vĂĄrios recursos, como a gente vĂȘ hoje na televisão, na internet, com personagens, toda a questão de passar sensação de felicidade, para os alimentos que, às vezes, não são tão saudĂĄveis. A ideia era mostrar os malefĂ­cios dos alimentos ultraprocessados, que os estudantes costumam comer fora da escola, mostrando o quanto é investido naqueles alimentos ruins para que eles pareçam bons", explica a nutricionista do municĂ­pio, Juliana Favero.

Ela ressalta que a maioria dos alimentos escolhidos para o projeto jĂĄ faz parte do cardĂĄpio da escola, mas os estudantes não entendiam os motivos de integrarem a merenda em detrimento de outros, como os ultraprocessados.

"Isso a gente faz geralmente no cardĂĄpio. Só que os alunos não tinham consciĂȘncia de por que esses alimentos fazem parte do cardĂĄpio. Aqueles alimentos estão ali justamente por isso, porque precisam fornecer alimentação saudĂĄvel e propiciar crescimento e desenvolvimento para eles", disse a nutricionista.

Os cartazes feitos pelos jovens foram divulgados pela prefeitura nas mĂ­dias sociais do governo municipal. E a experiĂȘncia, que envolveu 420 alunos, foi incluĂ­da no livro da jornada com base no tema "Escolhas saudĂĄveis para além da escola: o que aprendemos com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)?".

Segundo Juliana Favero, os alunos gostaram de ver a ideia deles sendo divulgada e perceberam as vantagens da alimentação equilibrada e saudĂĄvel. "A gente notou essa percepção melhor de aceitação do cardĂĄpio e o envolvimento da escola".

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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