Menos de dois meses depois da posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da
Justiça, representantes do governo Lula já avaliam como um erro a ida do
ex-integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) para a Esplanada. O ponto é a
dificuldade de Lewandowski em falar para o público sobre um tema sensível
eleitoralmente: a segurança pública.
Por
que isso importa: o Ministério da Justiça é um dos
mais importantes da Esplanada por incluir a segurança pública, mote da campanha
municipal deste ano para bolsonaristas. Lewandowski assumiu em 1º de fevereiro
e, menos de 15 dias depois, dois presos escaparam da penitenciária federal em
Mossoró (RN), o que levou o ministro a embicar numa agenda negativa. Até hoje
os fugitivos não foram capturados.
Em
silêncio: ao contrário do ex-ministro
Flávio Dino, que foi para o STF, Lewandowski é discreto, mas tem passado a
impressão de que está acuado, sem conseguir se ambientar no cargo de chefe da
pasta da Justiça. Ao mesmo tempo, o governo não conseguiu um substituto para
contrapor bolsonaristas nas redes, deixando o próprio Lula exposto no
confronto.
Queda
nas pesquisas: as dificuldades de Lewandowski e
a ausência de um personagem como Dino para confrontar bolsonaristas coincidem
com a queda na avaliação do governo Lula. Por mais que seja necessário isolar
os fatos para a análise, o ambiente na Esplanada não é dos melhores, pois o
governo não consegue se descolar da polarização.
Ação
questionada: outro desgaste foi a rápida
aparição de Lewandowski na terça (19) para anunciar a delação no caso Marielle
Franco, um ato do STF. O movimento foi considerado indevido por parlamentares
petistas, por levantar questionamentos na relação do governo com o Judiciário.
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