Embaixadores de alguns dos países nórdicos da Europa preveem desconforto
caso o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceite o convite de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) para a reunião do G20, o Grupo dos Vinte, em novembro deste
ano.
O evento, sediado no Rio de Janeiro, marcará o fim da Presidência do
Brasil à frente do grupo. Em almoço em Brasília nesta quinta (14/3),
embaixadores comentaram sobre as dificuldades em dividir as cúpulas com Putin.
Odd Magne Ruud, embaixador norueguês em Brasília, falou que a vinda de
Putin causaria um "grande problema", especialmente entre as nações do G7:
Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.
Johanna Karanko, embaixadora da Finlândia em Brasília, reforçou que a
ameaça russa contra a Ucrânia impulsionou a nação a ser finalmente aceito na
Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), após uma longa tentativa de
integrar o bloco.
Segundo Karanko, a Finlândia tem interesse de comparecer ao evento do
G20 no Rio, mas poderá demonstrar seu descontentamento enviando representantes
fora do alto escalão do governo.
Karin Wallensteen, embaixadora da Suécia, disse ter confiança no Brasil
como "um país que apoia a lei internacional". "Confiamos que seja um parceiro",
disse ela.
Para os representantes da Finlândia, Noruega, Dinamarca e Suécia, a
posição do Brasil de manter relações com a Rússia está longe do ideal. Eles
defendem a soberania da Ucrânia.
Karanko explicou que a Segunda Guerra ainda é uma memória viva na Europa
e a ameaça de uma nova guerra estendida pelo continente preocupa as nações
europeias.
Metropoles