Em um editorial publicado nesta quarta-feira (13), intitulado Lula é
isso aí, o jornal O Estado de São Paulo criticou a interferência do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Petrobras e comparou a postura do petista em
relação à empresa com aquela adotada pela Venezuela chavista na gestão da
petroleira PDVSA.
No texto, o veículo citou a entrevista dada por Lula ao SBT, na qual o
petista disse que a Petrobras não deve apenas "pensar nos acionistas", mas tem
o dever de "pensar em 200 milhões de brasileiros que são donos dessa empresa ou
são sócios dessa empresa".
A declaração, de acordo com o Estadão, mostra "que a essência do
pensamento lulo petista permanece intocada". Para o veículo, há uma "tentativa
de transformar a Petrobras em instrumento a serviço da desbragada demagogia" de
Lula e do PT, a exemplo do que foi feito na ditadura chavista na Venezuela.
– Há a alternativa de tomar a dinheirama que a Petrobras investe para
melhorar sua produção e usá-la para bancar grandes programas para dar casas a
quem mora na rua e comida a quem passa fome. Foi o que a ditadura chavista fez
na Venezuela com a PDVSA, que era uma das maiores petroleiras do mundo e que,
depauperada pelo populismo dos companheiros Chávez e Maduro, se tornou uma
colossal sucata – disse o jornal.
Além disso, o veículo ressaltou que o pensamento do presidente parece
ser direcionado no sentido de que todas as empresas se curvem "às vontades do
governo, mesmo que essa vontade as coloque à beira da ruína, como no passado
recente".
– O presidente demonstra estar disposto a degradar o valor das poucas
companhias brasileiras capazes de competir no exterior para impor sua visão
econômica atrasada, autoritária e, sobretudo, suicida – criticou.
Ao final, o próprio Estadão pergunta se o chefe do Executivo "não tem
pena das pessoas que passam fome e que dormem na sarjeta das principais cidades
do país" e diz que "passou da hora" de o chefe do Executivo "começar a
trabalhar de maneira efetiva para combater a pobreza e assumir sua
responsabilidade".
– [Combater a pobreza] é o que se espera do presidente da República, e
não da Petrobras ou qualquer outra empresa brasileira – finalizou.