O regime de Nicolás Maduro continua sua perseguição à equipe da líder da
oposição, María Corina Machado, sua principal ameaça nas eleições do próximo
mês de julho. Na noite desta sexta-feira, o Vente Venezuela informou o
desaparecimento de Emill Brandt Ulloa, líder regional do grupo em Barinas e
diretor do comando de campanha do ex-deputado.
De acordo com informações, Brandt Ulloa estava escondido em uma oficina
mecânica no bairro El Cambio, na paróquia de El Carmen, na cidade de Barinas,
porque havia um mandado de busca e prisão contra ele. Ele foi surpreendido por
agentes do Serviço Bolivariano de Segurança, Inteligência (Sebin) na noite
passada.
Até o momento, seu paradeiro ou estado são desconhecidos, embora se
acredite que ele possa ser levado para Helicoide, em Caracas, uma das prisões
mais denunciadas pelas torturas e abusos que ali ocorrem e para onde costumam
ser levados os presos políticos.
A Fundação Venezuelana de Direitos Humanos (Fundehullan) exigiu "que as
autoridades emitam informações oficiais e o libertem com urgência", segundo uma
mensagem publicada nas redes sociais.
Este episódio ocorreu na mesma semana em que a Comissão Nacional
Eleitoral, no poder, anunciou a data das eleições presidenciais: 28 de julho.
Diante disso, a organização estará recebendo e avaliando as candidaturas,
inclusive a de María Corina, que se acredita ter sido rejeitada porque a
desqualificação de sua pessoa ainda está em vigor, mesmo descumprindo o
disposto no Acordo de Barbados.
Brandt Ulloa junta-se assim aos outros três colaboradores de Machado que
foram detidos nas últimas semanas por ordem de Maduro.
Juan Freites, Luis Camacaro e Guillermo López, representantes de Vente Venezuela
nos estados de Vargas, Yaracuy e Trujillo, foram vítimas de "desaparecimento
forçado" depois de terem sido acusados ??de uma suposta ligação com um plano
que procurava atacar a vida de Ripe.
"Estas pessoas permanecem em desaparecimento forçado, uma espécie de
limbo jurídico em que nem os seus advogados, nem a sua família conseguiram ter
acesso a elas", denunciou Omar Mora Tosta, um dos defensores do caso, durante
uma conferência de imprensa.
Por sua vez, o procurador-geral, Tarek William Saab, sustentou que a
atuação dos agentes se deveu à sua ligação com "a atual conspiração
terrorista", responsável pela operação "Bracelete Branca", e "serviram de apoio
logístico a um grupo "terrorista que pretendia atacar vários quartéis
militares" e, posteriormente, cometer um assassinato.
A ativista Rocío San Miguel, detida há um mês neste sábado, também foi
acusada de fazer parte deste complô e está sendo investigada por traição,
terrorismo e conspiração.
A defensora dos direitos humanos está detida em El Helicoide, sem poder
ter contato com sua família ou equipe de advogados.
"Fomos nomeados por familiares para assisti-la, mas isso não foi
possível e o tribunal se desculpa dizendo que ela não foi transferida para o
tribunal (
) Ela se encontra em um estado de indefesa e incomunicável", disse o
advogado Joel García ao site argentino Infobae.
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