O caso chegou até o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF)
após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular a condenação do ex-senador à
pena de 11 anos 8 meses de prisão, pelos crimes de lavagem de dinheiro,
corrupção passiva e obstrução de Justiça. Gim chegou a ficar trĂȘs anos preso,
em Curitiba (PR), em razão desse processo.
O STJ entendeu que a Justiça Eleitoral era quem tinha a competĂȘncia para
julgar o caso, e não a 13ÂȘ Vara Federal de Curitiba. Na avaliação do Ministério
Público Eleitoral (MPE), porém, não houve crime.
Gim havia sido condenado por supostamente obter propina para evitar a
convocação de empresĂĄrios na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) da
Petrobras, da qual era vice-presidente, em 2014.
No parecer de arquivamento de uma das ações penais, o promotor de
Justiça Eleitoral, Paulo Roberto Binicheski, afirmou que Gim não poderia ter
favorecido empresĂĄrios porque não tinha o poder de, sozinho, fazer convocações
na CPMI.
"Obviamente, então, o senador jamais poderia ter atuado para blindar os
empreiteiros, eis que não detinha tais poderes e assim afastados quaisquer atos
de ofício que lhe pudessem ser atribuídos", pontuou o promotor, no parecer
assinado em 10 de abril de 2023.
O juiz acolheu a homologação do arquivamento de uma ação penal no dia 31
de maio e, do outro processo, em 6 de julho de 2023. As ações, contudo, só
transitaram em julgado esta semana.
"Desfaz injustiça"
Após o fim das ações penais, Gim disse que foi "alvo da insensatez moral a
chamada República de Curitiba, que repetiu uma prĂĄtica secular de
criminalização da política". "Esse sistema corrupto de promotores e juízes,
protagonistas do caos judicial felizmente tem sido combatido por defensores do
bom Direito", afirmou.
"A decisão da Justiça Eleitoral cumpre o devido processo legal e desfaz
uma injustiça cometida a mim, mas que representa um passado sombrio da vida
brasileira. A política vive. Ela voltou a bater forte e em favor da população",
declarou o ex-senador.
Em relação ao ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, Gim disse que "o tempo
mostrou as verdadeiras intenções do agora senador". "Por vĂĄrias vezes o líder
da República de Curitiba foi julgado incompetente pela justiça brasileira e no
meu caso não foi diferente", enfatizou.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br