Os apagões, que atrapalham a vida diária e a economia, têm atormentado o país há anos, mas pioraram nos últimos meses devido à falta de combustível e pela necessidade de manutenção da infraestrutura obsoleta.
O ministro de Minas e Energia, Vicente de la O Levy, afirmou em reunião do conselho de ministros que a medida era uma de uma série, que inclui o fechamento de milhares de serviços estatais e o deslocamento da produção para diminuir os apagões, segundo a mídia estatal.
O país dependente de importações enfrenta uma crise econômica cada vez mais profunda que fez com que o produto interno bruto caísse 10% desde 2019.
O governo culpa as sanções do governo de Donald Trump contra o turismo em moeda estrangeira, serviços médicos e remessas, com impactos agravados pela pandemia, pelo aumento dos custos de transporte e pelas falhas na reestruturação de uma economia centralizada e dominada pelo Estado.
A escassez de moeda estrangeira para importar comida, remédios, combustíveis e outros bens essenciais parecem ter piorado neste ano até o momento, mostram dados oficiais.
De la O Levy ressaltou no mês passado que Cuba recebeu apenas 46% das importações de combustível previstas, causando longos apagões em todo o país, com exceção da capital Havana.
Uma pesquisa feita por telefone em cinco das 14 províncias indicou que os moradores estavam sofrendo apagões diários de seis a 12 horas, divididos em dois momentos.
Yurkina Gracial, funcionária pública de 40 anos da província de Guantánamo, no extremo leste do país, relatou por telefone que "a energia cai por quatro horas duas vezes por dia e é insuportável por causa do calor".
No outro extremo da ilha caribenha, na província de Pinar del Rio, o proprietário de um restaurante, Jaime Carrillo, disse que as interrupções de energia chegavam a oito horas por dia.
"Os apagões sempre complicam seu trabalho diário. "Por exemplo, os líquidos e as carnes sofrem com o descongelamento nas geladeiras", destacou.
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