A organização terrorista Hamas se recusou a abordar a demanda de Israel de receber uma lista de reféns vivos e quantos prisioneiros palestinos deveriam ser liberados por cada refém, como estava sendo discutido nas negociações avançadas em Paris na semana passada.
Segundo informou um funcionário israelense ao The Times of Israel, a intransigência dos extremistas obrigou o governo israelense a interromper o envio da delegação de negociadores que estava pronta para visitar o Cairo hoje com o objetivo de avançar em um possível acordo para a libertação dos sequestrados e uma trégua em Gaza.
Cento e trinta reféns permanecem em cativeiro, de acordo com Israel, número que inclui 31 presumidos mortos, dos 250 sequestrados pelo grupo terrorista durante o ataque de 7 de outubro, no qual morreram cerca de 1.200 pessoas.
Apesar dos pontos de desacordo, as negociações continuam, com delegações do Hamas, do Qatar e dos Estados Unidos chegando hoje à capital egípcia.
Os enviados do Hamas devem se pronunciar sobre a proposta delineada em Paris no final de janeiro, indicou uma fonte próxima ao grupo palestino. Esta proposta dos países mediadores – Qatar, Estados Unidos e Egito – baseia-se em uma pausa de seis semanas nos combates e na libertação de 42 reféns em troca de prisioneiros palestinos em Israel.
O objetivo é alcançar uma trégua antes do início do Ramadã, o mês de jejum muçulmano, que começará em 10 ou 11 de março.
Fontes palestinas confirmaram à EFE a chegada de representantes do Qatar e dos EUA, bem como de uma equipe negociadora do Hamas, embora tenham afirmado que esta é liderada pelo número dois da organização palestina, Jalil al Hayya, e não pelo líder do bureau político do Hamas, Ismail Haniyeh, como afirmara anteriormente outra fonte palestina, que também pediu anonimato.
Até o momento, não foi possível confirmar a presença de uma delegação israelense, apesar de fontes egípcias de "alto nível", citadas pelo canal de televisão Al Qahera News, terem afirmado que a nova rodada de conversações no Cairo contaria com a participação de "todas as partes".
A cadeia Al Qahera News, próxima aos serviços de inteligência egípcios, havia garantido o alcance de "um avanço significativo" nas conversações que ocorreram na semana passada em Doha. Eles afirmaram também que o Egito, junto com Qatar e EUA, "está se esforçando para alcançar um acordo justo" antes do Ramadã.
O Hamas insiste que uma trégua temporária seja acompanhada por um acordo para um cessar-fogo em uma segunda fase, algo ao qual Israel se opõe, decidido a continuar sua ofensiva terrestre em Rafah, cidade no extremo sul da Faixa de Gaza e fronteiriça com o Egito, onde mais de 1,4 milhão de deslocados estão amontoados.
Desde o início da guerra, Israel e o Hamas só conseguiram um acordo de cessar-fogo de uma semana no final de novembro, que permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinos.
Mais de 30.200 pessoas morreram desde o início da ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza, iniciada após os ataques terroristas do Hamas contra Israel em 7 de outubro, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas.
Gazeta Brasil