O idioma espanhol deve ser usado em conformidade com as regras gramaticais
O líder argentino, Javier Milei, baniu a "linguagem inclusiva" nas
Forças Armadas e em todas as instituições associadas ao Ministério da Defesa. A
proclamação foi divulgada no Boletim Oficial da Presidência na segunda-feira,
dia 26.
O texto assinado pelo Ministro da Defesa, Luis Petri, estabelece que
"Proíbe-se a utilização da chamada "linguagem inclusiva" no âmbito do
Ministério da Defesa, das Forças Armadas e dos órgãos descentralizados do
ministério".
Assim, não se permite mais o uso de expressões como "sargenta" e "caba".
Alterações para representar identidades "não binárias", como "soldadxs" ou
"soldades", também estão proibidas.
"Não se pode substituir as letras a e o, que diferenciam o gênero, com a
arroba, o asterisco, o e ou o x porque se tem a vontade de fazer isso contra o
"androcentrismo" ou de refletir com ela uma realidade sociopolítica. Essa
substituição é alheia à morfologia do espanhol e desnecessária, porque o
masculino genérico ou masculino gramatical é inclusivo, e cumpre essa função
como termo não marcado da oposição de gênero", diz o documento.
Conforme o documento, o uso do idioma espanhol será necessário, de
acordo com as normas e regulamentos aplicáveis a cada campo respectivo. Isso
deve ser feito sob os termos e diretrizes estabelecidos pela Real Academia
Espanhola (RAE) e os regulamentos e manuais em vigor nas Forças Armadas da Argentina.
A RAE, segundo o boletim, define que "o funcionamento do sistema
linguístico não é decidido por alguém em particular, e é o resultado de sua
evolução histórica".
Qualquer alteração ou distorção do castelhano que não seja padronizada
ou apoiada por um quadro legal adequado pode resultar em interpretações
errôneas.
Antes de Milei, linguagem "inclusiva" era permitida
pelo Ministério da Defesa
No documento de 2020 do governo anterior, o ministro da época, Agustín
Rossi, garantiu que seu ministério continuaria "acompanhando as mudanças
culturais nas relações de gênero que foram forjadas através de anos de
compromisso das mulheres".
Na publicação do Ministério da Defesa, intitulada "Mulheres Argentinas",
Rossi escreveu que esperava que "a perspectiva de gênero [fosse] transversal a
toda a instituição".
O texto apelava para que isso não fosse o resultado de uma "imposição",
uma vez que as mulheres, "em termos gerais, não concordam com a feminização das
denominações".
Em 2022, um major-general chamou atenção das manchetes ao se referir a
"soldados e soldadas", demonstrando uma prática discricionária. As informações
são da Revista Oeste.
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