Os meios de comunicação ucranianos e russos confirmaram e as autoridades
espanholas não negam que o corpo crivado de balas encontrado há uma semana em
Villajoyosa, município da Espanha na província de Alicante, era o de Maksim
Kuzminov, um piloto russo de 28 anos que entregou o seu helicóptero ao exército
ucraniano em agosto passado. O corpo foi encontrado dentro de um veículo
incendiado.
O chefe do serviço de inteligência militar ucraniano foi o primeiro a
fazer publicamente a ligação entre o corpo e o jovem desertor russo. "Ele
decidiu morar na Espanha em vez de ficar na Ucrânia", disse a fonte.
Do lado russo, o Pravda rapidamente recolheu a informação espanhola e
apresentou o piloto como um "traidor." Sergei Naryshkin, diretor do Serviço de
Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR), disse que Kuzminov "era um cadáver
moral quando planejou seus crimes", recusando-se a comentar mais sobre o caso.
A Guarda Civil na Espanha esclareceu nessa terça-feira, 20 de fevereiro,
que os documentos portados pela vítima foram falsificados, sem poder certificar
a verdadeira identidade, estando a investigação coberta pelo segredo de
investigação. Uma característica que coincide com as garantias oferecidas pelas
autoridades ucranianas aos soldados russos que desejam desertar para o inimigo:
uma recompensa econômica – 500.000 dólares, neste caso – e uma nova identidade
são-lhes oferecidas.
A deserção de Kuzminov
A deserção de Kuzminov foi objeto de um relato detalhado feito inclusive
em uma conferência de imprensa, em 5 de setembro. O próprio piloto contou à
mídia local sobre a operação.
Em 9 de Agosto Maksim Kuzminov, convencido de que a Rússia era
responsável pela guerra contra a Ucrânia, decolou com dois camaradas de uma
base aérea russa em Kursk a bordo de um Mi-8. Em vez de se dirigir a uma
segunda base para entregar equipamento militar, dirigiu-se para uma subdivisão
administrativa em Kharkiv, mantendo a aeronave a uma altitude muito baixa para
passar despercebida pelo radar.
Assim que esta informação foi tornada pública, o jovem piloto foi alvo
de ameaças de morte nos meios de comunicação russos. "As forças especiais
receberam ordens" e Kuzminov "não viverá para ver o seu julgamento", previram
fontes da inteligência russa na televisão Rossiya 1.
agoranoticiasbrasil.com.br