Duas explosões ao longo da principal rede de gasodutos de norte a sul do Irã nesta quarta-feira (14) foram causadas por sabotagem, afirmou o Ministro do Petróleo iraniano, Javad Owji, à televisão estatal, sem mencionar nenhum suspeito. A cadeia de televisão mostrou imagens dos gasodutos em chamas. As autoridades negaram relatos de que o incidente causou cortes de gás em indústrias e escritórios em algumas províncias, informaram os meios de comunicação estatais.
Owji apontou um incidente semelhante em 2011, que ele afirmou ser um ato de sabotagem que causou cortes temporários de gás em quatro regiões diferentes do país.
Embora esse tipo de ataque seja raro no Irã, militantes separatistas árabes no Irã afirmaram em 2017 terem explodido dois oleodutos em ataques coordenados na província ocidental de Khuzestan. Em dezembro, o Irã executou cinco pessoas que acusou de serem sabotadores com laços com o serviço de inteligência Mossad de Israel em uma guerra de décadas nas sombras em que Teerã acusou Israel de ataques a seus esforços nucleares e de mísseis, acusações que este último nunca confirmou nem negou.
As autoridades iranianas atribuíram a um "ato de sabotagem e terrorismo" as explosões registradas de madrugada em dois dos principais gasodutos que atravessam o país, em meio às fortes tensões no Oriente Médio por causa da guerra em Gaza. As explosões foram descritas como "ato de sabotagem e terrorismo" pelo chefe de operações da Companhia Nacional de Gás do Irã, Saeed Aqli, informou a Press TV. As autoridades não relataram vítimas nos aparentes ataques sofridos nos gasodutos ao passarem pelo condado de Borujen (centro) na província de Chaharmahal e Bakhtiari, por um lado, e Khorrambid (sul) na província de Fars, por outro lado.
Como resultado desses ataques, as indústrias e empresas da província de Lorestan (oeste) permanecerão fechadas até novo aviso, informou a agência estatal IRNA.
Já começaram as operações de reparo no gasoduto de Borujen, que tem início na cidade sulista de Asaluyeh e se estende até o mar Cáspio, após percorrer 1.250 quilômetros, segundo a IRNA.
Quanto ao gasoduto de Fars, que começa em Asaluyeh e chega à província de Isfahan após percorrer 750 quilômetros, as autoridades afirmaram que "a situação está sob controle".
As explosões nos dois gasodutos ocorrem em um momento de fortes tensões no Oriente Médio devido à guerra em Gaza.
O Irã lidera o chamado Eixo da Resistência, uma aliança informal formada por organizações militantes como o Hezbollah, os rebeldes houthis, o movimento islâmico Hamas, a Jihad Islâmica e as milícias no Iraque e na Síria, entre outros grupos.
Essa aliança tem um forte caráter contra os Estados Unidos e Israel, país que o Irã acusou de realizar sabotagens e assassinatos em seu território.
O Irã advertiu que, embora não busque uma guerra com os Estados Unidos, não se deixará intimidar e responderá "com força" a um possível ataque dos EUA em seu território ou contra seus interesses na região.
(Com informações de Reuters e EFE)