O conservador Alexander Stubb venceu a segunda e decisiva volta das eleições presidenciais finlandesas neste domingo (12), derrotando o ecologista Pekka Haavisto por uma pequena margem. Com 96,6% dos votos apurados, Stubb obteve 51,7% dos votos, contra 48,3% de Haavisto. A diferença foi inferior ao previsto pelas pesquisas, mas suficiente para que Stubb se torne o próximo chefe de Estado do país nórdico.
"Foi uma campanha justa em todos os sentidos. Nos respeitamos mutuamente no primeiro e no segundo turno", disse Stubb em discurso no Ayuntamiento de Helsinki.
Stubb será empossado presidente da Finlândia em 1º de março. Ele já havia liderado o primeiro turno com 27,2% dos votos, seguido por Haavisto, ex-ministro das Relações Exteriores (2019-2023), com 25,8%.
O presidente finlandês é eleito por sufrágio universal direto para um mandato de seis anos. Após a reforma eleitoral de 1994, nenhum chefe de Estado pode ser eleito para dois mandatos consecutivos, razão pela qual o presidente Sauli Niinistö não se candidatou à reeleição.
Stubb se torna o segundo presidente do partido conservador Kokoomus desde 1956, seguindo os passos de Niinistö, que cumpriu seus dois mandatos de seis anos.
O candidato conservador já foi chefe de governo e ministro em três ocasiões, mas estava afastado da política finlandesa há quase sete anos, período em que atuou como vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos (BEI) e professor universitário.
Papel crucial na política internacional e de segurança
O presidente finlandês tem como principal função liderar a política internacional e de segurança, em consenso com o governo de turno. Essa responsabilidade assume grande importância no contexto atual, devido às tensas relações com a Rússia após a invasão da Ucrânia e a histórica entrada da Finlândia na OTAN.
Com a guerra na Ucrânia e a crescente tensão com a Rússia, o cargo de presidente finlandês ganhou ainda mais relevância. O chefe de Estado, apesar de ter menos poderes que o primeiro ministro, é eleito para um mandato de seis anos e lidera a política exterior do país em estreita colaboração com o governo. Ele também é comandante supremo das Forças Armadas.
A Finlândia, que se manteve neutra durante a Guerra Fria e sempre defendeu o diálogo entre o Ocidente e a Rússia, reavaliou sua posição após a invasão da Ucrânia. Em fevereiro de 2022, o país pôs fim a três décadas de não alinhamento militar e, em agosto, acusou Moscou de orquestrar uma crise migratória em suas fronteiras. Como resposta, a Finlândia fechou sua fronteira com a Rússia em novembro, medida apoiada por ambos os candidatos à presidência.
"O fato de termos aderido recentemente à OTAN é de considerável importância", analisa Theodora Helimaki, pesquisadora de ciência política da Universidade de Helsinki.
Helimaki destaca que o novo presidente será "em grande parte" responsável pela forma como a aliança será implementada no país.
(Com informações de EP, AFP e EFE)