O presidente da Argentina, Javier Milei, pediu a renúncia de dois altos
funcionários ligados a governadores provinciais considerados por ele
"traidores", após o fracasso parlamentar da chamada lei Omnibus, anunciaram,
nesta sexta-feira (9), fontes oficiais.
Conforme publicado em sua conta oficial, o Gabinete da Presidência
solicitou a renúncia do chefe da Administração Nacional da Seguridade Social
(ANSES), Osvaldo Giordano, e da secretária de Mineração, Flavia Royon.
Embora o texto não explique os motivos da destituição, sugere que está
relacionado o confronto aberto entre o mandatário e os governadores, em mais um
capítulo da discussão na Câmara dos Deputados sobre a Lei de Bases e Pontos de
Partida para a Liberdade dos Argentinos, já que, segundo o comunicado, os
funcionários públicos devem defender os argentinos "do ataque constante
daqueles que buscam manter seus privilégios às custas da fome do povo".
Milei – que tomou essa decisão ainda na Itália, na segunda etapa de uma
viagem internacional que começou em Israel – ainda não nomeou seus sucessores.
Após o revés causado pela não aprovação no Congresso da "lei Omnibus",
que foi o eixo de seu programa de reformas para desregulamentar a economia e
minimizar a presença do Estado em inúmeras áreas, Milei chamou de "traidores" e
"criminosos"" aos deputados que, na sua opinião, dificultaram a aprovação dos
artigos.
Giordano é governador da província de Córdoba (centro) e sua esposa, a
peronista cordoba Alejandra Torres, votou contra vários artigos da lei na
última terça-feira.
Flavia Royon – que ocupou o cargo de Mineração na gestão de Alberto
Fernández e tem ligações com o ex-ministro de Economia e candidato derrotado à
Presidência Sergio Massa – responde ao governo de Salta (norte).
O mal estar com os governadores e os deputados pode resultar na saída de
outros altos funcionários, segundo a imprensa local.
– O agravamento da crise econômica e o momento histórico atual exigem
funcionários públicos comprometidos com a modernização, simplificação e
desburocratização do Estado – afirmou Milei no comunicado.
E acrescentou:
– Aqueles que assumem a responsabilidade de cargos públicos devem
compreender a dura realidade que os argentinos enfrentam e defendê-los do
ataque constante daqueles que procuram manter seus privilégios à custa da fome
do povo.
*EFE