O
presidente Biden confundiu nesta quinta-feira (8) os líderes do México e do
Egito durante uma coletiva de imprensa na qual rebateu veementemente um
relatório do conselheiro especial que oferecia uma avaliação severa de sua
memória e habilidades de recordação.
Biden
fez declarações na Casa Branca nas quais rejeitou firmemente as conclusões do
conselheiro especial Robert Hur de que o presidente se apresentou durante uma
entrevista com os investigadores como "um homem idoso simpático,
bem-intencionado, com uma memória ruim".
"Minha
memória está bem. Veja o que fiz desde que me tornei presidente
como isso
aconteceu? Acho que apenas esqueci o que estava acontecendo", disse Biden,
adotando um tom sarcástico.
Mas
ao responder a uma pergunta sobre a situação humanitária em Gaza, Biden se
referiu erroneamente ao líder egípcio Abdel Fattah El-Sisi como "presidente do
México".
"Como
você sabe inicialmente, o presidente do México, El-Sisi, não queria abrir o
portão para que material humanitário entrasse. Eu falei com ele. Consegui
convencê-lo a abrir o portão", disse Biden.
Um
clipe do comentário rapidamente circulou nas redes sociais, onde os
republicanos o usaram como a mais recente evidência de que Biden havia perdido
a lucidez.
"Fraco
e triste", escreveu Chris LaCivita, conselheiro sênior da campanha de Trump, no
X, anteriormente conhecido como Twitter.
"Nada
para ver aqui. Absolutamente nada", escreveu o assessor de Trump, Jason Miller.
Os
aliados de Biden rapidamente descartaram a fixação pelo deslize, argumentando
que críticos e repórteres estavam perdendo o ponto principal de que ele havia
feito discursos apaixonados e coerentes e optaram por se concentrar em uma
frase.
"Biden
abordou a preocupação deles, deu o acesso que queriam, esperou pacientemente
por perguntas gritadas e deu uma resposta substancial que marcou uma mudança na
política externa dos EUA sobre um grande conflito. Eles estão se fixando em um
deslize", escreveu Aaron Fritschner, assessor democrata da Câmara, no X.
Esta
foi a terceira vez nesta semana que Biden pareceu confundir líderes mundiais.
Biden
disse a doadores em um evento de angariação de fundos em Nova York na
quarta-feira uma história sobre sua viagem para sua primeira reunião do Grupo
dos Sete (G-7) após assumir o cargo, quando declarou "A América está de volta".
Mas ao contar a história, ele se referiu a Helmut Kohl, da Alemanha, que foi
chanceler de 1982 a 1988. Ele morreu em 2017. Angela Merkel era a chanceler da
Alemanha na época da primeira reunião do G7 de Biden como presidente.
A
confusão ecoou um incidente semelhante no domingo em um evento de campanha em
Nevada, quando Biden estava contando a mesma história sobre sua reunião com
líderes mundiais no G7. Mas nesse episódio, Biden erroneamente nomeou o
presidente da França como François Mitterrand, em vez de Emmanuel Macron.
Mitterrand
foi presidente da França de 1981 a 1995. Ele morreu em 1996. Macron está no
cargo desde 2017.
A
idade e as habilidades cognitivas de Biden têm sido um alvo principal para os
opositores republicanos, que têm lutado para criticá-lo por suas posições
políticas. E as pesquisas mostram que isso continua sendo uma preocupação entre
muitos eleitores antes das eleições gerais de novembro.
Uma
pesquisa da NBC News publicada nesta semana constatou que 76 por cento dos
eleitores, incluindo 54 por cento dos democratas, disseram ter preocupações
importantes ou moderadas quando perguntados se Biden, de 81 anos, tem "a saúde
mental e física necessária para ser presidente por um segundo mandato".
Biden
teria 86 anos ao final de um segundo mandato potencial. O presidente disse que
é justo os eleitores considerarem sua idade, mas ele e sua equipe têm
enfatizado que ele deve ser julgado por seu histórico de conquistas enquanto no
cargo.
Seu
provável oponente, o ex-presidente Trump, tem 77 anos e nas últimas semanas
enfrentou um aumento de escrutínio por suas próprias gafes.
Trump
em um comício em outubro parecia confundir os líderes da Hungria e da Turquia.
Em janeiro, ele confundiu repetidamente a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi
(D-Calif.) com sua oponente primária republicana Nikki Haley, afirmando
falsamente que Haley estava encarregada da segurança durante o ataque ao
Capitólio em 6 de janeiro.
Gazeta Brasil