O McDonald"s anunciou nesta segunda-feira
que as tensões em curso no Oriente Médio estão prejudicando seus negócios. Em
seu relatório do quarto trimestre e do ano inteiro de 2023, divulgado nesta
segunda-feira, a rede de fast food sediada em Chicago informou que as vendas em
seus mercados licenciados, que incluem a maioria de suas localidades no Oriente
Médio, aumentaram apenas 0,7% no último trimestre.
A empresa atribuiu esse baixo número ao impacto da guerra entre
Israel e o grupo militante palestino Hamas na região do Oriente Médio. Esse
crescimento é inferior ao crescimento geral das vendas da empresa, que foi de
3,4%, e ao das operações nos EUA e em outros mercados internacionais, que
cresceram mais de 4%, conforme indicado no relatório.
O relatório desta segunda-feira marca uma mudança significativa em
relação a um ano atrás, quando os mercados licenciados eram o setor de melhor
desempenho da empresa, com um crescimento de vendas de mais de 16%, conforme
relatado pela CNN Business.
Durante uma teleconferência de
resultados na segunda-feira, o CEO do McDonald"s, Chris Kempczinski, destacou
que a empresa está enfrentando o impacto mais pronunciado no Oriente Médio,
afetando também outros países muçulmanos, como Malásia e Indonésia.
"A nossa perspectiva é que, enquanto esse conflito, essa guerra
estiver em andamento, não estamos fazendo planos e não esperamos ver nenhuma
melhoria significativa nisso", afirmou Kempczinski aos investidores. "É uma
tragédia humana o que está acontecendo, e acredito que isso pesa sobre marcas
como a nossa."
A empresa enfrentou escrutínio depois que o McDonald"s em Israel
distribuiu milhares de refeições gratuitas para as forças israelenses e
cidadãos após o ataque surpresa do Hamas no sul de Israel. Essa ação gerou
pedidos de boicote à empresa em protesto contra os ataques em Gaza, que
resultaram em mais de 27.400 mortes desde outubro do ano passado, de acordo com
o Ministério da Saúde do enclave.
Vários proprietários de franquias no Oriente Médio e Ásia
manifestaram oposição à ação do McDonald"s em Israel, conforme relatado por
várias mídias em novembro passado.
Kempczinski chamou a reação negativa aos negócios locais durante a
guerra entre Israel e o Hamas de "desanimadora e infundada" e enfatizou que o
McDonald"s "sempre abrirá orgulhosamente nossas portas para todos".
O McDonald"s está entre várias empresas que enfrentam boicotes no
Oriente Médio, incluindo Starbucks e Coca-Cola, por acusações de apoio à guerra
de Israel em Gaza.
A Starbucks reduziu sua previsão de vendas na semana passada após
o enfraquecimento dos gastos na China e em outros mercados, informou a
Associated Press.
As ações do McDonald"s caíram 3,7% na segunda-feira após o anúncio.
Gazeta Brasil