Ciente de que não está garantido no cargo, o diretor-geral da Polícia
Rodoviária Federal tem se esforçado para mostrar serviço e permanecer no cargo.
Antônio Fernando de Oliveira esteve na sede do Ministério da Justiça no
dia em que Lewandowski foi anunciado como novo ministro. Na terça-feira (23),
participou da primeira reunião de transição na pasta e voltou à pasta na última
quarta-feira (25).
Segundo relatos, o diretor-geral da PRF tem sempre ao seu lado dados,
tabelas e informações sobre a atuação da PRF durante sua gestão. A ideia é
provar que tem condições de permanecer no cargo.
O trabalho de convencimento é necessário porque, segundo interlocutores,
Oliveira não tem "força política" que o garanta no posto.
Essa seria a diferença básica entre ele e o atual diretor-geral da
Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que já teve sua permanência confirmada.
Servidor de carreira, Oliveira assumiu o comando da PRF em fevereiro de
2023. Mas nunca foi unanimidade nos corredores da corporação.
Fontes ouvidas pela CNN afirmam, inclusive, que alguns nomes já foram
levantados como sugestões de escolha para Lewandowski.
O novo ministro, no entanto, só deve tomar uma decisão depois que tomar
posse em 1º de fevereiro.
Além da PRF, o novo ministro também precisa definir como fica o Sistema
Penitenciário Federal (SPF), comandado por Marcelo Stona e subordinado à
Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), de Rafael Velasco.
A Senappen é responsável pelos cinco presídios federais do Brasil que
abrigam os líderes das principais facções criminosas. Também faz interlocução
com os estados para coordenação de ações em presídios estaduais.
Quando tomar uma decisão sobre esses nomes, Lewandowski terá fechado a
chamada ala "segurança pública" dentro do Ministério da Justiça, visto que a
Secretaria Nacional de Segurança já está definida. Será chefiada por Mário
Sarrubbo, atual procurador-geral de Justiça de São Paulo.
CNN