O ex-presidente Jair Bolsonaro comunicou aos seus aliados nesta
quinta-feira que o ex-jogador de futebol Emerson Sheik fará parte da chapa do
PL que disputará a prefeitura de Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro.
O anúncio foi feito durante um jantar em Angra dos Reis, na mesma região, na
casa do empresário Daniel Radwan. A informação foi publicada inicialmente pela
coluna da jornalista Berenice Seara, no portal Tempo Real RJ, e confirmada pelo
GLOBO.
No encontro em que Bolsonaro fez o anúncio, estiveram presentes o
deputado federal Tenente-Coronel Zucco (RS), o deputado estadual Anderson
Moraes, o ex-parlamentar Alexandre Valle, o secretário do PL no Rio Bruno
Bonetti e o vereador carioca Chagas Bola. Neste mesmo jantar, o ex-presidente
também decidiu que Valle concorrerá à prefeitura de Itaguaí pelo partido.
Segundo relatos, Emerson Sheik pode encabeçar a chapa ou vir como
candidato a vice. A decisão foi inteiramente tomada por Bolsonaro, que tem
afeição pelo ex-jogador. O movimento faz parte de uma estratégia da família do
ex-presidente para eleger prefeitos na Costa Verde do Rio, região turística do
estado.
Ex-atacante de Corinthians, Flamengo, Botafogo e Fluminense, Sheik
atualmente é comentarista de futebol do SBT e teria grande aprovação na região,
de acordo com pesquisas internas do PL. Ele tem uma mansão em Mangaratiba, em
um condomínio de luxo onde outras celebridades esportivas também possuem
imóveis, como Neymar e o zagueiro Thiago Silva.
A coluna de Berenice Seara informa que o próprio Sheik ainda
resiste à candidatura, pelo receio de comprometer parte do patrimônio. A
expectativa entre correligionários, no entanto, é que Bolsonaro consiga
convencê-lo a embarcar na empreitada.
Sheik foi revelado pelo São Paulo, onde ficou marcado por um
escândalo envolvendo uma mudança de identidade — o ex-jogador se chama, na
verdade, Marcio Passos de Albuquerque, nascido em setembro de 1978, mas virou
Marcio Emerson Passos, de dezembro de 1981. Após trocar de nome e de
documentos, passando a "ter" três anos a menos, ele destacou-se na base do
clube paulista com facilidade.
O esquema foi descoberto no momento de uma transferência para o
Japão, já que o passaporte foi emitido com base na documentação falsa. Ele
passou cerca de cinco anos no país asiático e, em seguida, partiu para o
Oriente Médio, onde construiu uma carreira de sucesso e ganhou o apelido de
Sheik. O então atacante naturalizou-se catariano e chegou a participar das
Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.
Ele foi repatriado pelo Flamengo em 2009, quando participou da
campanha do título brasileiro do Rubro-Negro. No ano seguinte, conquistou o
mesmo campeonato pelo Fluminense, feito que repetiu em 2011 no Corinthians,
tornando-se o primeiro jogador a se sagrar tricampeão nacional consecutivamente
por três clubes diferentes. No clube paulista, virou ídolo ao ser um dos
principais nomes no título da Libertadores, em 2012, participando também do
triunfo no Mundial do mesmo ano e da trajetória campeã no Brasileiro de 2015.
Fonte: O Globo