Goiânia – A advogada Amanda Partata, de 31 anos, acusada de matar o ex-sogro e
a mãe dele envenenados para se vingar do ex-namorado, estava dando início a um
novo relacionamento dias antes do crime, segundo a Polícia Civil de Goiás. De
acordo com o delegado que investiga o caso, Carlos Alfama, a corporação teve
acesso ao celular da mulher e ela estava marcando um encontro amoroso para um
dia após as mortes.
Segundo o delegado, Amanda estava marcando um encontro amoroso com
um médico. Ele acredita que o objetivo de Amanda era aplicar o mesmo tipo de
golpe, fingindo uma gravidez para manter um relacionamento. A acusada sempre
negou o crime.
"Nós ficamos impressionados. O celular dela foi apreendido e,
quando tivemos acesso, vimos que ela já estava marcando de sair com outro
médico, inclusive tendo conversas sobre relações sexuais com ele. Era um novo
relacionamento sendo iniciado ali", disse o delegado ao portal G1.
Amanda está presa desde o dia 20 de dezembro pela morte do
ex-sogro, Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e da mãe dele, Luzia Alves, de
86. De acordo com a polícia, após um breve relacionamento com o filho da
vítima, a advogada forjou uma gravidez para tentar manter a relação.
Conforme a corporação, a advogada se manteve próxima da família do
ex, no entanto, motivada pelo sentimento de rejeição após o fim do namoro, ela
quis se vingar do ex e envenenou as vítimas.
Golpe em namorados
Ainda de acordo com o delegado, Amanda já fingiu estar grávida em
outras situações. Segundo o investigador, quatro ex-namorados da acusada
relataram que ela agia sempre da mesma forma: se demonstrava carente
emocionalmente, dependente afetivamente dos companheiros e dizendo que estava
grávida quando eles tentavam terminar o relacionamento.
Nas outras vezes, os companheiros pediram exames de DNA ou queriam
acompanhá-la em consultas e ela acabava fingindo abortos e, depois, sumindo.
"Se ela não tivesse sido presa, eu tenho certeza absoluta que ela teria
repetido esse comportamento também [com o novo médico]", afirmou Alfama.
Homicídios e tentativa
de homicídios
O envenenamento de Leonardo e Luzia aconteceu no dia 17 de
dezembro de 2023, quando Amanda foi até a casa da família do ex-namorado
levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco e bolos de pote de
uma famosa doceria da capital goiana. Conforme as investigações, como a
denunciada fingia que estava grávida do filho de Leonardo, era bem aceita na
família.
Na ocasião, um tio do ex, de 60 anos, e o avó dele, de 82, que
também estava no local, não comeram os alimentos envenenados. Por isso, Amanda
se tornou ré pelos crimes de duplo homicídio qualificado e dupla tentativa de
homicídio.
Antes do crime, segundo a apuração, a advogada comprou 100 ml de
um veneno e aplicou em dois bolos de pote. A quantidade, conforme a perícia, é
suficiente para matar várias pessoas. Amanda também pesquisou na internet por
"qual exame de sangue detecta" o veneno, "tem como descobrir envenenamento" e
se a substância que ela colocaria nos potes tinha gosto.
Em nota, a defesa da advogada
informou que só se manifestará nos autos processuais.
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