A greve geral na Argentina levou dezenas de milhares de pessoas às ruas nesta quarta-feira (24), mas a adesão de trabalhadores dos setores público e privado foi fraca.
O que aconteceu
A Argentina teve o maior ato contra medidas do presidente Javier Milei
desde o início do governo, em dezembro. Segundo o Ministério da Segurança, 40
mil pessoas estiveram nas ruas de Buenos Aires, mas as centrais sindicais do
país falam em até 600 mil.
A manifestação na capital foi pacífica. Acompanhado por um grande
efetivo policial, o protesto se deslocou até a praça em frente ao Congresso
argentino, e começou a se dispersar por volta das 15h.
Transporte fechará no início da noite. Os serviços de metrô, trens e
ônibus funcionarão em Buenos Aires até as 19h para facilitar o deslocamento dos
manifestantes para suas casas. Em seguida, a previsão é que fiquem paralisados
até a meia-noite.
Votação de pacote de Milei deve ser adiada. O Congresso argentino só deve começar na semana que vem a votação das reformas que desregulamentam a economia e enfraquecem a legislação trabalhista, entre outros pontos. Inicialmente a votação começaria amanhã (25).
Fechamento do comércio foi restrito à região
central
Os serviços no país tiveram paralisação parcial. Segundo a imprensa
argentina, houve limitação no horário de atendimento de bancos e dos Correios,
entre outras atividades.
A maioria do comércio abriu as portas e funcionou normalmente. Segundo
observou a reportagem do UOL, algumas lojas no centro de Buenos Aires fecharam
por medo de tumultos, mas em bairros de classe média não houve alteração na
rotina.Continua após a publicidade
Para alguns manifestantes, as medidas anti-protesto do governo ainda afastam o povo das ruas. Para a psicóloga Claudia Benites, ouvida pelo UOL, muitos ainda acreditam no discurso de Milei de que a economia vai piorar antes de melhorar.
Sindicalistas estão confiantes de que pacote do governo não passará no Congresso. Para os trabalhadores ouvidos pelo UOL, as reformas de Milei deverão ser barradas pela pressão popular e falta de apoio a Milei no Legislativo.