A Polícia Civil procura pelo pastor evangélico Michael Carvalho, acusado
de arquitetar o desvio de mais de R$ 1,1 milhão em medicamentos de alto custo
de uma farmácia judicial de Campinas (SP), para vender ilegalmente para uma
Organização Não Governamental (ONG) em Vitória (ES), comandando por uma
funcionária pública comissionada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo
(ALES) e assessora de um deputado estadual.
A falta dos medicamentos, que são proibidos para venda no Brasil,
colocou em risco a saúde de pessoas que conseguiram na Justiça o acesso a eles.
Como funcionava o esquema?
A investigação aponta que os medicamentos eram furtados pelo servidor
público José Carlos dos Santos, de 61, que trabalhava na farmácia de alto custo
do Departamento Regional de Saúde VII de Campinas. A esposa dele, Maria do
Socorro Pereira, de 60 anos, era a responsável por repassar os remédios ao
genro, o pastor evangélico Michael Carvalho, e à filha, Gabriela Carvalho, de
35 anos, responsáveis pela venda dos itens.
A última encomenda foi
interceptada pela Polícia Civil no dia 8 de janeiro, em um aeroporto de Vitória
(ES). Entre os medicamentos recuperados está um remédio contra leucemia, que
pode custar de R$ 40 mil a R$ 60 mil por caixa.
Como a investigação começou?
O Departamento Regional de Saúde VII de Campinas (SP) notou o
sumiço de 79 caixas do medicamento Pembrolizumabe 25 mg/ml, usado
principalmente no tratamento contra o câncer, no dia 27 de dezembro. No local
de armazenamento existem duas câmeras de segurança, porém, uma delas estava
desligada e a outra desfocada. Não havia sinais de arrombamento no local.
No dia 4 de janeiro a Polícia Civil iniciou as investigações para
descobrir o paradeiro dos medicamentos, que custam cerca de R$ 14.401,35. No
total, o crime gerou um prejuízo de R$ 1.137.706,65.
Na manhã seguinte, a Polícia Civil prendeu três suspeitos de
estarem envolvidos no esquema de desvios dos medicamentos: o servidor público
José Carlos dos Santos, a esposa dele, Maria do Socorro e a enteada dele,
Michele Carvalho. O genro do servidor, o pastor evangélico Michael Carvalho,
foi procurado pela Justiça, mas permanece foragido.
Os suspeitos respondem por receptação qualificada, participação em
organização criminosa e crime contra saúde pública. Com eles foram apreendidos
celulares, máquinas de cartões, caixas e isopor e medicamentos.
O caso foi registrado como furto na 1ª Delegacia Seccional de
Campinas.
Quem comprava os medicamentos?
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