O ex-presidente Donald Trump
venceu as primárias republicanas em New Hampshire na terça-feira, consolidando
sua liderança na corrida pela indicação de seu partido e aproximando-se de uma
possível disputa com o presidente Joe Biden no final do ano, segundo projeções
da rede Fox News, ABC News e NBC News.
Sua principal rival, a ex-embaixadora dos EUA na ONU Nikki Haley,
sofreu uma dura derrota no estado, onde havia apostado fortemente em sua
campanha. Haley foi deixada como a única grande candidata após a aposentadoria
do governador da Flórida, Ron DeSantis, no fim de semana, e tentou se
apresentar como uma alternativa moderada e revigorante a Trump. No entanto,
seus ataques ao ex-presidente, a quem acusou de ter deterioração mental, não
convenceram os eleitores.
Com 58% dos votos apurados, Trump está à frente de Haley por 53,6%
(45%), que já esclareceu que não abandonará a competição caso a tendência se
confirme e o magnata a ultrapasse largamente.
Trump
tem 100.500, em comparação com os 84.477 de Haley, segundo dados oficiais
divulgados pela mídia local.
Depois de conhecidos os resultados, a ex-governadora da Carolina
do Sul felicitou Trump pela vitória, mas não deu por encerrada a sua própria
corrida eleitoral. "New Hampshire é o primeiro (principal) do país, mas não o
último", disse ela em discurso proferido logo depois que as principais redes do
país declararam vencedor seu único rival naquela corrida. "A corrida
republicana está longe de terminar", disse ela.
Para Haley, a vitória de Trump beneficiaria tanto o atual
presidente, o democrata Joe Biden, quanto a vice-presidente, Kamala Harris. "Os
republicanos perderam quase todas as eleições com Donald Trump. Perdemos o
Senado. Perdemos a Câmara dos Deputados. Perdemos a Casa Branca. Perdemos em
2018, em 2020 e em 2022. O segredo mais mal guardado na política é o quanto os
democratas querem concorrer contra Trump. "Eles sabem que ele é o único
republicano no país que Biden pode derrotar", disse Haley.
Dezenas de apoiadores, doadores e legisladores republicanos
compareceram à sede da campanha de Trump, incluindo a congressista Marjorie
Taylor Greene e a ex-candidata ao governo do Arizona, Kari Lake. O polêmico
ex-deputado George Santos, que foi expulso da Câmara dos Deputados por ter
embolsado dinheiro de sua campanha eleitoral, também apareceu no comando da campanha.
"Gosto da Haley, não tenho nada contra ela, mas ela não vai ganhar", disse
Santos aos repórteres na entrada do salão de eventos do hotel Sheraton.
As primárias de New Hampshire são as primeiras primárias
propriamente ditas deste ciclo eleitoral nos Estados Unidos, que começou na
semana passada para o Partido Republicano com as prévias de Iowa.
Em Iowa, Trump ficou em primeiro lugar com 51% dos votos, seguido
pelo governador da Flórida Ron DeSantis (21,2%), pelo ex-governador da Carolina
do Sul e ex-embaixador das Nações Unidas Nikki Haley (19,1%) e pelo empresário
Vivek Ramaswamy (7,7%).
Ao longo do caminho, tanto DeSantis quanto Ramaswamy desistiram
das primárias e apoiaram Trump, deixando o ex-presidente e Haley sozinhos na
disputa.
Nas primárias republicanas de New Hampshire estão apenas 11 delegados em jogo dos 2.429 que serão convocados na Convenção Nacional Republicana que nomeará o candidato vencedor em meados de julho em Milwaukee. A lei eleitoral de New Hampshire também estabelece que a sua deve ser sempre a primeira do país em cada ciclo eleitoral. Nesta ocasião, os democratas quiseram alterar o seu calendário primário para minimizar New Hampshire, onde o agora presidente, Joe Biden, ficou em quinto lugar há quatro anos. Porém, o estado também convocou a eleição, na qual Biden não participa, não tem o reconhecimento do partido e na qual os delegados não serão distribuídos.
Fonte: (Com informações da EFE, AFP e Associated Press)