O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou nesta
segunda-feira (22) que o Ministério Público do país ordenou a prisão de uma
jornalista, youtubers, ex-militares e de uma defensora de Direitos Humanos, por
supostamente planejarem um atentado contra o presidente Nicolás Maduro.
Ordens de prisão foram emitidas contra a ativista de Direitos
HumanosTamara Sujú, a jornalista Sebastiana Barráez, do site argentino Infobae,
os youtubers Norbey Marín e Wender Villalobos, e dos ex-militares Mario Carratú
Molina e José Colina.
Eles foram acusados de "traição à pátria e homicídio intencional
qualificado em grau de tentativa do presidente da República e do governador de
Táchira (Freddy Bernal), terrorismo e associação".
O procurador disse que além de atentados contra Maduro e Bernal, os
suspeitos também fizeram planos contra o ministro da Defesa da Venezuela,
Vladimir Padrino López.
De acordo com Saab, dezenas de pessoas foram presas desde maio de 2023,
e não só confessaram os planos como delataram cúmplices.
Segundo ele, a jornalista, os youtubers e os ex-militares que foram
presos planejavam tomar uma brigada de infantaria do exército venezuelano em
Táchira com o objetivo de pegar armas para promover atentados.
Saab disse ainda que as conspirações teriam sido planejadas com ajuda da
CIA (Agência de Inteligência dos EUA), da DEA (Agencia de Controle de Drogas
dos EUA) e do serviço de inteligência do exército colombiano.
Em postagem na rede social X, a ativista Tamara Sujú disse que está
sendo acusada por denunciar o sumiço do ex-militar Anyelo Heredia, que fugiu da
prisão de Ramo Verde e, que depois, acabou recapturado por autoridades
venezuelanas.
"O procurador da ditadura continua criminalizando o trabalho dos
advogados e defensores de Direitos Humanos, porque é o que falta para controlar
para que a população se sinta totalmente indefesa", escreveu Sujú.
Em um vídeo exibido por Saab durante o pronunciamento, Heredia aparece
dizendo ter escapado para Colômbia e que planejava realizar uma operação para
"tomar armas" de quartéis e "utilizar jornalistas para que fizessem
pronunciamentos para dar credibilidade para a operação".
Segundo o procurador, o ex-militar foi preso em 16 de janeiro em uma
zona rural próxima da fronteira, em Táchira.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa da Venezuela (SNTP, na
sigla em espanhol), repudiou a acusação contra a jornalista Sebastiana Barráez
e "à perseguição judicial para gerar censura e atentar contra sua liberdade e
integridade". A entidade ressalta ainda que Barráez é uma jornalista
reconhecida por seus trabalhos sobre o mundo militar e das fronteiras do país.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br