O governo do presidente colombiano Gustavo Petro anunciou que está suspendendo um acordo de cessar-fogo com o principal grupo de dissidentes da guerrilha das Farc, acusado de matar quatro indígenas em um ataque recente.
O governo disse nesta segunda-feira (22) que retomará os ataques ao grupo Estado Mayor Central (EMC), uma dissidência das agora desfeitas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que já foram o maior grupo rebelde do país.
A suspensão temporária se aplica às províncias de Caquetá, Putumayo, Guaviare e Meta. O cessar-fogo com a EMC permanecerá em vigor em outras regiões.
"Se um cessar-fogo bilateral não for eficaz para proteger a vida e a integridade de toda a população em determinados territórios, não há sentido em persistir", disse um comunicado do governo.
O incidente ressalta a dificuldade de garantir a paz em um país onde vários grupos armados disputam o controle de recursos e território, muitas vezes trazendo violência e deslocamento para as regiões onde atuam.
Na semana passada, organizações indígenas acusaram a EMC de matar quatro pessoas que tentavam fugir do recrutamento forçado na província meridional de Putumayo. Todas as quatro vítimas eram menores indígenas, de acordo com um comunicado do governo nas redes sociais.
No sábado, o governo Petro chamou os assassinatos de "ataque à paz". O presidente continuou a criticar a violência na segunda-feira por meio de sua conta no Twitter.
"Matar crianças indígenas é um crime inaceitável contra a humanidade", escreveu Petro. "Recrutar menores à força é a mesma coisa."
Gazeta Brasil