O jornalista russo Alexander Rybin, que prometia divulgar detalhes da
"corrupção gigantesca" promovida no território ucraniano ocupado pelo exército
russo, foi encontrado morto na beira de uma estrada na região de Mariupol neste
final de semana.
A causa oficial da morte de Rybin, de 39 anos, teria sido apontada como
sendo uma "cardiomiopatia" após uma autópsia. Contudo, a analista de
inteligência militar estratégica Rebekah Koffler vê a informação divulgada pela
mídia russa como suspeita. "Será quase impossível determinar se o crime esteve
envolvido na morte de Rybin ou se ele morreu de doença cardíaca, como afirmam
alguns meios de comunicação russos", disse ela à Fox News.
Descrito por meios de comunicação como sendo pró-Kremlin, Rybin fazia
reportagens sobre a invasão russa da Ucrânia e recentemente havia mudado seu
posicionamento, passando a criticar fortemente as autoridades da região.
De acordo com Rybin, a região portuária de Mariupol estaria recebendo
imensa quantidade de dinheiro russo e que o cenário era de "oportunidades
gigantescas para corrupção".
Rybin explicou que a sua "impressão pessoal" – que ele tentou sublinhar
não ser uma acusação de qualquer tipo – "é que há uma corrupção gigantesca
acontecendo em Mariupol". Ele ainda prometeu dar mais detalhes sobre a
corrupção pela plataforma Rabkor, mas faleceu antes de propagar suas provas.
Rebekah Koffler apontou para as "dezenas de jornalistas russos" mortos
"em circunstâncias misteriosas" depois de criticarem diretamente o regime russo
ou Putin. As mortes seriam parte de uma estratégia da inteligência russa para
"eliminar os opositores do regime". "Também sabemos que esses agentes são
extremamente habilidosos em fazer com que a morte de suas vítimas pareça
natural", explicou Koffler. "Se Rybin foi vítima de um assassinato direcionado
provavelmente permanecerá um mistério", argumentou ela.
Petro Andriushchenko, conselheiro do presidente da Câmara de Mariupol,
associou a morte de Rybin às suas alegações de corrupção e tentou associá-la às
autoridades russas na cidade.
O Comitê de Investigação da Federação Russa para a região de Rostov
afirmou que a morte não apresentava quaisquer sinais de crime.
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