O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que o capitalismo
de livre comércio como sistema econômico é a "única ferramenta" que o mundo tem
"para acabar com a fome, a pobreza e a miséria". As declarações foram feitas
nesta 4ª feira (17.jan.2024) durante discurso no 54º Fórum Econômico Mundial,
em Davos, na Suíça.
Em sua fala, o líder argentino defendeu a liberdade econômica e
criticou o conceito de justiça social. Disse que a esquerda "ataca o
capitalismo" ao falar em "questões de moralidade" e definir o sistema econômico
global como injusto.
"Dizem que o capitalismo é ruim porque é individualista e o
coletivismo é bom porque é altruísta –mas, claro, com o dinheiro dos outros",
criticou.
Sobre o conceito de justiça social, Milei disse que o princípio se
tornou "uma tendência" no mundo e fez parte dos discursos políticos da
Argentina por 8 anos, nos governos de Cristina Kirchner e Alberto Fernández.
Segundo Milei, o problema está no fato de que a justiça social "não é justa" e
não contribui para o bem-estar geral, em sua avaliação.
"Muito pelo contrário, é uma ideia intrinsecamente injusta porque
é violenta. É uma injustiça porque o Estado é financiado por meio de impostos e
os impostos são coletados coercitivamente. Ou alguém aqui pode dizer que paga
voluntariamente? [Isso] significa que o Estado é financiado por meio da
coerção. Quanto maior a carga fiscal, maior é a coerção e menor a liberdade",
afirmou.
Milei também disse que o Ocidente "está em perigo" com a
existência de uma visão de mundo que "conduz ao socialismo e, consequentemente,
à pobreza".
Segundo o presidente argentino, os principais líderes abdicaram do
"modelo de liberdade" em prol do coletivismo. "Estamos aqui para dizer que as
experiências coletivistas nunca são soluções para os problemas que afetam as
cidades do mundo", afirmou.
Leia outros destaques do discurso de Milei em Davos:
- empresário como herói: o presidente argentino afirmou que "o empresário de sucesso é um benfeitor social que, longe de se apropriar da riqueza alheia, contribui para o bem-estar geral. Em suma, um empresário de sucesso é um herói";
- nega "falha" no mercado: disse que a situação não existe porque o mercado é um "mecanismo de cooperação social". Afirmou que, "se as transações são voluntárias, o único contexto de falha de mercado é quando há coerção. O único que pode [aplicar a coerção] é o Estado, que tem o monopólio da violência".
- crítica ao feminismo: segundo o presidente argentino, os "socialistas" substituíram a luta de classes por outros "supostos conflitos", como "a ridícula luta antinatural entre homens e mulheres". Milei afirmou que "a agenda do feminismo radical" tornou-se "uma grande intervenção do Estado, dando trabalho a burocratas que nada contribuíram na sociedade, seja na forma de Ministérios da Mulher ou organizações internacionais para promover essa agenda".
- nega mudanças climáticas: Milei afirmou que outro "suposto conflito" levantado pela esquerda é a batalha do "homem contra a natureza". Segundo Milei, os socialistas, ao afirmarem que "os seres humanos prejudicam o planeta" defendem mecanismos de controle populacional ou a "sangrenta agenda de aborto".
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