O Irã anunciou na terça-feira, 16 de janeiro, que lançou vários mísseis
balísticos na Síria e no Iraque e afirmou ter destruído um "quartel-general de
espionagem" israelense.
A Guarda Revolucionária do Irã afirmou ter realizado o ataque com
mísseis balísticos "em resposta às recentes atrocidades do regime sionista".
Israel ainda não reconheceu o ataque em Erbil, nem comentou a alegação
de que o alvo estava ligado à Mossad, a sua agência de inteligência.
As autoridades da região autônoma do Curdistão iraquiano anunciaram num
comunicado de imprensa que pelo menos quatro civis foram mortos.
O ataque matou o magnata do setor imobiliário, Peshraw Dizayee, sua
esposa e sua filha, Zhina, de menos de um ano. Dizayee era favorável às
relações entre o Iraque e Israel.
A mansão do bilionário curdo fica em Erbil, Iraque, perto do consulado
dos EUA, onde está uma importante base americana.
Os ataques levados a cabo pelo Irã na noite de segunda para terça-feira
ocorrem num contexto regional já tenso, o que suscita receios de uma
conflagração regional entre os aliados dos dois campos.
O Curdistão iraquiano, o Iraque, os Estados Unidos e a França reagiram
denunciando uma violação da soberania iraquiana.
Reação diplomática
A França condenou esta terça-feira, 16 de janeiro, os ataques
perpetrados no Curdistão iraquiano na noite de segunda para terça-feira pelos
Guardas Revolucionários Iranianos, descrevendo-os como "violações
inadmissíveis" da soberania iraquiana, num comunicado de imprensa do Ministério
dos Negócios Estrangeiros.
Segundo a nota, "Tais atos representam violações flagrantes, inaceitáveis e
preocupantes da soberania do Iraque e um ataque à sua estabilidade e segurança,
bem como à do Curdistão dentro dele. Contribuem para a escalada das tensões
regionais e devem parar."
Em Washington, Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança
Nacional da Casa Branca, denunciou "uma série de ataques imprudentes e
imprecisos" que "minam a estabilidade do Iraque". O responsável declarou também
que "nenhum pessoal ou instalação americana foi alvo."
As autoridades do Curdistão iraquiano e do Iraque também denunciaram a
agressão iraniana
Num comunicado de imprensa, o Conselho de Segurança do Curdistão acusou
Teerã de recorrer a "justificativas infundadas" para os seus repetidos
bombardeamentos contra a região: "O que aconteceu é uma violação flagrante da
soberania da região e do Iraque. O governo federal e a comunidade internacional
não devem permanecer calados face a estes crimes", afirma o comunicado de
imprensa.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano, por sua vez, denunciou
esta "agressão que visa a soberania do Iraque e a segurança do seu povo",
alertando que, após estes ataques, as autoridades iraquianas "tomarão todas as
medidas legais" necessárias, incluindo "uma queixa ao Conselho de Segurança" da
ONU.
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