Considerado um dos mais ambiciosos projetos de infraestrutura e
transporte do Japão, o Aeroporto Internacional de Kansai agora está afundando
no mar e em 30 anos pode desaparecer por completo.
Inaugurado em 1994, com custo de R$ 94 bilhões, o complexo visava
aliviar o congestionado aeroporto de Osaka, nas proximidades, e atender à
necessidade de um terminal aeroportuário maior, pois a região estava perdendo
sua proeminência comercial para Tóquio.
De acordo com especialistas, o aeroporto construído sobre o mar já
afundou 11,5 metros. Para evitar esse desastre, engenheiros japoneses estão
empenhados em encontrar soluções, com esforços de resgate já totalizando R$ 730
milhões.
O terreno recuperado para a construção do aeroporto é comparado por
especialistas a uma "esponja molhada", que precisava ser transformada em uma
base seca e densa para suportar o peso das instalações do terminal.
Dado que o aeroporto local existente, o Osaka Internacional, está
cercado por subúrbios densamente povoados e incapaz de expandir-se, foram
criadas duas ilhas artificiais na Baía de Osaka para abrigar o novo terminal,
conectadas à região de Rinku, em Osaka, por uma ponte sobre a água.
O aeroporto, que atua como hub para grandes companhias aéreas, como All
Nippon, Japan Airlines e Nippon Cargo, além da companhia aérea japonesa de
baixo custo Peach, sobreviveu a desastres naturais nas décadas seguintes,
saindo relativamente ileso.
Apesar de resistir ao grande terremoto de Hanshin em 1995, o terminal
japonês foi atingido por um tufão em 2018, resultando em uma inundação das
pistas com água do mar. Poucos dias após o desastre, um navio-tanque colidiu
com a ponte que conecta o aeroporto ao continente, causando a retenção de
passageiros. No entanto, o aeroporto sobreviveu e continuou a operar.
Embora os engenheiros soubessem que o aeroporto afundaria ao longo de um
período de 50 anos, jamais imaginaram que isso ocorreria com tal magnitude. Em
vez disso, previam que eventualmente se estabilizaria a cerca de 4 metros acima
do nível do mar, a elevação mínima necessária para evitar inundações no local.
Fonte: Créditos: Exame.