Ao menos 10 pessoas morreram,
incluindo dois policiais, e três ficaram feridas nesta terça-feira (9) em
Guayaquil, em meio a uma onda de violência ligada ao tráfico de drogas que o
Equador enfrenta.
Inicialmente, a polícia havia informado a morte de oito pessoas e
três feridos em incidentes separados na capital equatoriana. No entanto, em um
comunicado posterior, a Polícia Equatoriana informou a morte de dois agentes
"vilmente assassinados por criminosos armados" na cidade de Nobol, na região de
Guayas, que foram identificados como Alex Taday e Luis Guanotuña.
"Este é o sacrifício que juramos ao país e não descansaremos até
encontrarmos os responsáveis por este ato criminoso", indicou a força policial
através de suas redes sociais.
Os
agentes policiais detiveram 14 pessoas suspeitas de participarem nos
acontecimentos violentos desta terça-feira, enquanto foi registrada a tomada de
cinco hospitais e do canal de televisão TC Televisão por um grupo de homens
armados encapuzados, bem como danos em infraestruturas e veículos.
A Procuradoria do Equador anunciou que irá processar treze pessoas
pelo crime de terrorismo por terem entrado armadas nas instalações da emissora
de televisão e por reter funcionários do meio de comunicação.
O prefeito de Guayaquil, Aquiles Álvarez, destacou que seu
compromisso "é com a segurança" da cidade: "Vamos trabalhar de forma proativa e
colaborativa com o poder público, a quem apoiamos sem restrições. Continuaremos
a cooperar com nosso contingente de segurança local para fortalecer a resposta
conjunta à grave crise de segurança."
Ele também apelou à "unidade nacional" e mostrou-se confiante de
que "as Forças Armadas e a Polícia Nacional" tomarão as medidas necessárias
para restabelecer a ordem e a paz no país. O prefeito expressou sua
solidariedade às famílias das vítimas e enviou seus votos ao presidente.
O dia violento começou por volta das 14h, horário local. Ao longo
do dia, as centrais de monitoramento atenderam 1.932 ligações e 650
emergências. Segundo o município de Guayaquil, até as 16h, foram registrados 29
incidentes críticos.
"Não há palavras que possam preencher o vazio das pessoas que
perderam um ente querido hoje", disse Álvarez. "São tempos difíceis, mas quando
a rua fica difícil, só os difíceis caminham, e aqui estamos", acrescentou.
O comandante das Forças Armadas do Equador, almirante Jaime Vela,
alertou nesta terça-feira que os grupos armados que constam no decreto que
declara "a existência de um conflito armado interno" devido à violência desencadeada
passarão a ser um "objetivo militar".
"O Presidente da República, Daniel Noboa, através do decreto (?)
estabeleceu para nós uma missão muito clara: A partir deste momento, todo grupo
terrorista identificado no referido decreto tornou-se um objetivo militar. O
presente e o futuro do nosso país estão em jogo", declarou num breve discurso
aos equatorianos.
Da mesma forma, Vela destacou que as forças de segurança estão
"agindo com firmeza e força contra qualquer tentativa de desestabilização e
caos que se pretenda realizar dentro do território nacional".
"Nenhum ato de terror nos fará desistir. Não vamos recuar nem
negociar. O bem, a justiça e a ordem não podem pedir licença nem inclinar a
cabeça aos terroristas", expressou, antes de pedir à população que tenha "plena
convicção" de que as Forças Armadas e a Polícia Nacional cumprirão o seu
"juramento de os defender com suas vidas" se necessário.
Ele afirmou que "os acontecimentos de hoje são a prova de que as
ações e decisões empreendidas pelo governo nacional afetam gravemente as
estruturas criminosas", uma vez que, em resposta, "desencadearam" uma onda de
violência "para assustar" a população, cometendo "atos sangrentos e sem
precedentes". "Mas, apesar do seu mal brutal, esta tentativa irá falhar", disse
ele.
(Com informações da Europa Press)