O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu aos países do G7 que se abstenham de dividir o mundo em blocos no estilo da Guerra Fria alinhados com os EUA ou a China. Os líderes ocidentais, enquanto isso, fizeram da Rússia e da China o foco de uma declaração conjunta sobre armas nucleares.
Falando ao Kyodo News do Japão enquanto os líderes do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA se reuniram em Hiroshima neste sábado (20), Guterres pediu "diálogo ativo e cooperação" entre as nações do G7 e a China em questões climáticas. mudança e desenvolvimento.
"Acho muito importante evitar a divisão do mundo em dois, e é muito importante criar pontes para negociações sérias", disse.
Guterres alertou repetidamente sobre uma Guerra Fria entre as nações ocidentais e a China nos últimos anos, chamando os interesses econômicos, políticos e militares divergentes de ambos os lados de uma " grande fratura" em 2019. As relações entre Pequim e Washington, em particular, despencaram. no ano passado, com a China cortando a cooperação com os EUA em questões climáticas em resposta a uma visita da então presidente da Câmara, Nancy Pelosi, a Taiwan em agosto, e o presidente dos EUA, Joe Biden, ameaçando uma ação militar caso Pequim retome o controle da ilha.
Enquanto Guterres se manifestava contra "a divisão do mundo", uma declaração conjunta dos líderes do G7 na sexta-feira reforçou essa divisão. Com foco em armas nucleares, a declaração acusou a Rússia de "retórica nuclear irresponsável" e "minar os regimes de controle de armas", ao descrever a modernização da China de seu arsenal nuclear como "uma preocupação para a segurança global e regional".
Por outro lado, a Rússia condenou amargamente o Reino Unido por fornecer munição de urânio empobrecido à Ucrânia. As forças russas atacaram um depósito contendo projéteis de urânio empobrecido fornecidos pelos britânicos na cidade de Khmelnitsky na semana passada, enviando uma "nuvem radioativa em direção à Europa Ocidental", afirmou o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolay Patrushev, na sexta-feira.
O Kremlin afirmou anteriormente que "os britânicos serão responsabilizados" pelo envio de tais armas para a Ucrânia.
Moscou também acusou Kiev de tentar causar um desastre nuclear ao bombardear a Usina Nuclear de Zaporozhye em território russo. A declaração dos líderes do G7 condenou a Rússia por assumir o controle da usina, sem fazer menção aos ataques da Ucrânia contra ela.
Gazeta Brasil