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Alzheimer: homem com mutação genética pode ser a chave para tratamento da doença

Um homem que começou a apresentar sintomas de Alzheimer aos 40 anos não desenvolveu a doença atĂ© os 67 por causa de uma mutação genĂ©tica

Por Redação 21/05/2023 às 07:24:34

Um artigo publicado esta semana na revista Nature Medicine por uma equipe internacional de cientistas traz uma nova esperança para pacientes com Alzheimer. Nele, os pesquisadores afirmam ter desvendado o segredo da intrigante resiliĂȘncia de um homem à doença.

Conforme relata o jornal The New York Times, o paciente no centro do estudo é um colombiano que começou a sentir sintomas do Alzheimer de inĂ­cio precoce aos 40 anos. Ele tem uma mutação genética – PSEN1-E280A – que, aparentemente, foi o que teria provocado a condição.

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Exames de seu cérebro, que havia começado a atrofiar, mostraram o desenvolvimento de placas amiloides e longas linhas de proteĂ­nas tau, ambas altamente indicativas da doença devastadora.

No entanto, apesar dessa mutação genética e da situação vista pelos médicos nos exames, o homem não chegou a desenvolver o distĂșrbio até os 67 anos, mais de 20 anos depois de ter começado a sentir efeitos.


Exame de ressonância magnética do cérebro de um paciente de Alzheimer. Crédito: Timothy Rittman

"Caracterizamos o segundo caso do mundo com resiliĂȘncia extrema comprovada à doença de Alzheimer autossômica dominante", escreveram os pesquisadores, referindo-se a um caso semelhante ocorrido em 2019. "O paciente permaneceu cognitivamente intacto até os 67 anos de idade, apesar de ser portador de uma mutação PSEN1-E280A".

Outra mutação genética bloqueou a evolução do Alzheimer

Acontece que os cientistas descobriram que o homem em questão tem uma segunda mutação genética que parece ter paralisado a doença pelo menos por algumas preciosas décadas.

Esse quadro, que os pesquisadores chamaram de COLBOS, foi capaz de bloquear a enfermidade de entrar no córtex entorrinal do paciente, uma parte do cérebro relacionada à memória e ao reconhecimento de objetos.

Essa segunda mutação conseguiu fazer isso produzindo uma versão ultrapotente de uma proteĂ­na que, de acordo com o NYT, "em Ășltima anĂĄlise, impede que fios emaranhados de proteĂ­nas tau se grudem e formem as estruturas que são caracterĂ­sticas da doença de Alzheimer".

Agora, os cientistas esperam que a proteĂ­na potente e protetora possa ser replicada e empregada em um tratamento farmacĂȘutico.

A história da pesquisa do Alzheimer é repleta de descobertas promissoras que, com o tempo, acabaram se revelando "baldes de ĂĄgua fria". Mas, a descoberta de pacientes com uma forte resiliĂȘncia natural à doença é, sem dĂșvida, uma luz no fim do tĂșnel no mundo frequentemente sombrio do tratamento e prevenção da patogenia.

Fonte: Olhar Digital

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