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MUNDO

Terremoto no Japão deixa 48 mortos e autoridades alertam para risco de novos tremores

O tremor de magnitude 7,5 sacudiu Ishikawa, cidade localizada às margens do Mar do Japão; quase 45 mil casas ficaram sem energia após fenômeno que teve mais de 150 réplicas


REPRODUÇÃO

Socorristas japoneses corriam nesta terça-feira, 2, para resgatar os sobreviventes do violento terremoto que sacudiu o centro do país no dia de Ano Novo, deixando 48 mortos e danos importantes. O sismo abalou a província de Ishikawa, na península de Noto, e deixou também muitas pessoas bloqueadas. Com a luz da manhã, as autoridades constataram a extensão da destruição em Ishikawa, com edifícios ainda fumegantes, casas demolidas e barcos de pesca afundados ou arrastados para a costa. "Foram confirmados danos muito extensos, incluindo muitas vítimas, desabamentos de prédios e incêndios", declarou a jornalistas o primeiro-ministro Fumio Kishida. "Precisamos correr contra o tempo para resgatar os afetados", acrescentou. Imagens aéreas mostram a devastação de um incêndio perto de Wajima, onde um edifício de sete andares caiu. Quase 45.000 lares estão sem eletricidade na região, que registrou baixas temperaturas durante a noite, segundo a companhia energética. O tremor de magnitude 7,5 sacudiu Ishikawa, localizada às margens do Mar do Japão, na ilha de Honshu, a principal do arquipélago, às 16h10 locais (4h10 no horário de Brasília), informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Segundo as autoridades japonesas, a magnitude foi de 7,6. Cerca de 200 tremores foram detectados desde o primeiro terremoto na segunda-feira, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão, que alertou que choques mais fortes poderiam ocorrer nos próximos dias.

Ondas de 1,2 metro de altura atingiram o porto de Wajima às 16h21 locais (4h21 em Brasília). Outras menores foram registradas em diferentes locais, incluindo na ilha de Hokkaido, no norte. Mas a JMA anunciou, na manhã desta terça-feira, a suspensão de todos os alertas de tsunami. O ministro da Defesa, Minoru Kihara, informou que mil militares estão preparados para ir para a região e que outros 8.500 foram mobilizados. As autoridades também usaram 20 aviões militares para avaliar os danos. A autoridade de transporte fechou as rodovias nas áreas próximas do epicentro, e a Japan Railways anunciou que os trens de alta velocidade entre Tóquio e Ishikawa foram cancelados. O governo informou que não foram detectadas consequências nas usinas nucleares do país. Os danos causados pelo terremoto afetaram principalmente as casas antigas, que costumam ser de madeira. O porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi, reportou "seis casos" de pessoas que estavam em edifícios desabados na região de Ishikawa. Um vídeo na rede social X exibiu casas antigas destruídas. "É o distrito Matsunami de Noto. Estamos em uma situação horrível. Por favor, ajudem-nos. Minha cidade está em uma situação horrível", lamentou uma pessoa na gravação.

O terremoto foi sentido em Tóquio, a 300 km de distância, onde foi cancelado um evento de Ano Novo com a presença do imperador Naruhito e sua família. Situado no chamado "cinturão de fogo" do Pacífico, o Japão é um dos países do mundo onde os terremotos são mais frequentes. O arquipélago adota normas de construção rígidas, e os edifícios são projetados para resistir a fortes terremotos. Mas persiste a traumática lembrança do terrível terremoto de magnitude 9,0, seguido de um gigantesco tsunami, que deixou cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos em 2011. Esta catástrofe incluiu o acidente nuclear de Fukushima, o pior registrado no mundo desde o de Chernobyl em 1986. O tsunami causou o derretimento de três reatores da usina nuclear japonesa.

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