Em novembro, o Brasil alcançou o segundo recorde consecutivo de consumo de energia elétrica, atingindo a marca de 46.407 gigawatts-hora (GWh), o que representa um aumento significativo de 8,5% em relação ao mesmo mês de 2022, conforme divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A autarquia destacou que esse valor é o maior registrado em toda a série histórica desde 2004.
O aumento expressivo no consumo foi impulsionado, mais uma vez, pelas ondas de calor, resultando em taxas de expansão de dois dígitos nas classes residencial e comercial, conforme coletado também no mês de outubro. Além disso, o setor industrial contribuiu para esse cenário de alta.
A EPE informou que, no acumulado dos últimos 12 meses, o consumo nacional atingiu a marca de 527.073 GWh, representando um aumento de 7,5% em comparação com o período anterior. Esse desempenho ressalta a robustez e a continuidade do crescimento do consumo energético no país.
O contexto de elevação do consumo foi caracterizado pela EPE como uma resposta à conjuntura de calor intenso, impactando diretamente os setores residenciais, comerciais e industriais. Esse cenário reforça a importância de monitorar e adequar a infraestrutura energética diante das demandas crescentes no país.
Leia íntegra do relatório abaixo:
O consumo nacional de energia elétrica em novembro de 2023 totalizou 46.407 GWh, marcando um aumento de 8,5% em relação ao mesmo mês de 2022. Esse é o segundo mês consecutivo com o maior consumo desde 2004. O destaque vai para as classes residencial e comercial, que registraram taxas de expansão de dois dígitos, impulsionadas pelas ondas de calor. O consumo industrial também contribuiu para o aumento, atingindo 15.968 GWh, com destaque para a metalurgia e a fabricação de produtos alimentícios.
No acumulado de 12 meses, o consumo nacional atingiu 527.073 GWh, representando um aumento de 7,5% em comparação ao período anterior. O consumo industrial em novembro cresceu 3,7%, sendo mais expressivo no Nordeste (+10,2%). O Índice de Confiança da Indústria de Transformação (ICI/FGV) aumentou 1,9 pontos, alcançando 92,7 pontos, e o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI/FGV) apresentou um leve aumento de 0,1 ponto percentual, atingindo 80,9%.
O consumo de energia elétrica das residências atingiu 14.787 GWh em novembro, registrando um aumento de 14,2% em relação ao mesmo mês de 2022. O uso de aparelhos de climatização, a expansão do número de consumidores residenciais e o aumento da renda contribuíram para esse crescimento. Todas as regiões do país registraram aumento no consumo, com destaques para o Centro-Oeste (+26,1%) e o Norte (+25,5%).
A classe comercial também apresentou crescimento, atingindo 8.608 GWh em novembro, o maior valor desde 2004. O desempenho do setor de comércio, a reclassificação de consumidores e o saldo positivo entre abertura e fechamento de unidades comerciais foram fatores que contribuíram para esse aumento. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM/FGV) teve uma pequena queda de 0,7 ponto em relação a novembro de 2022, atingindo 86,5 pontos.
No mercado livre, que representou 39,8% do consumo nacional em novembro, houve um crescimento de 9,0% no consumo e de 22,0% no número de consumidores em comparação com novembro de 2022. O Nordeste teve a maior expansão no consumo (17,3%). Já o mercado regulado das distribuidoras, que respondeu por 60,2% do consumo nacional, registrou aumento de 8,1% em comparação com 2022.
Em relação ao Índice de Confiança do Consumidor (ICC/FGV), houve uma queda de 0,2 ponto em novembro, atingindo 93,0 pontos, influenciada por uma leve insatisfação com a situação atual e expectativas mais pessimistas para o mercado de trabalho. No entanto, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve uma elevação de 7,7 pontos. O Índice de Confiança de Serviços (ICS/FGV) apresentou uma ligeira elevação de 0,7 ponto em comparação com novembro de 2022, atingindo 94,4 pontos.
Gazeta Brasil