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Tietê: pesquisa revela presença de antidepressivos em 93% do rio

Por Blog do Elias Hacker 27/12/2023 às 07:21:11

Rovena Rosa/Agência Brasil

Pesquisadores de sete universidades públicas e do Instituto Butantan, liderados pelo biólogo e professor da USP, Luis Schiesari, identificaram a presença de antidepressivos no rio Tietê, em São Paulo. Essa descoberta faz parte de um inédito mapeamento da vida aquática e da qualidade da água na região, conforme relatado pela Folha de S.Paulo.

O estudo liderado por Schiesari abrangeu 52 pequenas bacias hidrográficas conectadas ao rio Tietê. A pesquisa incluiu uma varredura para identificar a presença de medicamentos, incluindo antidepressivos, agrotóxicos, drogas recreativas, além de analisar bactérias e vírus.

Os dados preliminares revelam que 93% das bacias continham entre uma e oito moléculas distintas de antidepressivos, como venlafaxina, bupropiona e sertralina. Essas substâncias podem alcançar o rio Tietê por meio de descarte direto ou serem transportadas por fezes e urina provenientes de ligações clandestinas nos rios.

A legislação brasileira não estabelece um valor máximo para a concentração de fármacos na água tratada. Mesmo após metabolização, essas moléculas podem ter efeitos farmacológicos sobre os seres vivos.

Luis Schiesari observa que, embora não se espere efeitos agudos, essas moléculas são projetadas para ter efeitos biológicos, podendo ter impactos não antecipados sobre organismos e ambientes.

Os possíveis impactos do acúmulo de antidepressivos na vida aquática ainda não estão completamente comprovados, mas estudos recentes sugerem que essas substâncias podem influenciar o desenvolvimento, comportamento reprodutivo e padrões de caça de peixes e outros animais.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) informou que realiza vigilância de resíduos de anti-inflamatórios e anticoncepcionais nas águas de riachos e córregos na região. Já a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) assegura que suas estações de tratamento estão em conformidade com os padrões estabelecidos pela legislação dos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, conforme declarado à Folha de S.Paulo.

Fonte: Folha de S.Paulo

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